Amy Blankenship

Corações Em Fúria


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ele.

      - Pelo amor de Deus, por favor pára! - gritou Toya.

      Kyoko pisou o pé, mas não lançou o feitiço novamente. Ela estava a morder a língua para não fazer isso. Então ela deixou tudo voar, mas não foi o feitiço de ligação. Eram todos os sentimentos que ela sentia naquele momento.

      - Como poderias, Toya? Kyou, posso entender eu ter- te beijado assim, mas tu? Deverias proteger- me! Isso significa os meus sentimentos também! Não deverias ter feito isso comigo! Não quando sabias que eu não podia evitar! A última coisa que deveria ter feito era beijar- me... assim!

      Toya sentiu o feitiço começar a ficar mais leve e ele lutou para levantar- se do chão duro.

      - Kyoko deixa- me explicar.

      - Não! - gritou Kyoko. - Eu posso resolver este problema. Eu não tenho namorado neste mundo e eu não quero um namorado neste mundo! Se eu conseguir um namorado, ele será do meu próprio mundo. E não me sigas!

      Voltarei em alguns dias e quando voltar, não quero que ninguém mencione isso de novo! Entendeste? Isso! Aconteceu! - Ela gritou a última parte quando tocou as mãos da donzela e desapareceu.

      Quando Toya levantou- se do chão, ele estava furioso.

      - Bolas!

      Ela não o deixou falar uma única palavra. Ela não o deixou dizer que não queria que ela fosse para casa ou que ele queria que ela fosse dele ou algo assim. Então, ela não quer um namorado neste mundo.

      A sobrancelha da Toya contorceu- se. "O que ela quis dizer com isso? Ela não queria um namorado neste mundo... que ela iria ter um na sua própria terra? Ele virou- se para olhar para a estátua da donzela, gritando no topo dos seus pulmões.

      - O que quiseste dizer com isso, Kyoko? Volta aqui agora, bolas!

      Toya suspirou, sabendo que ela estava muito além de ouvi- lo. Nunca lhe ocorreu que alguém que era do mundo dela talvez a reivindicasse como uma companheira. Ele ficou resfriado só de pensar nisso. Não, ela estava a mentir. Ela tinha que estar a mentir, e se ela não estava, ele sabia como resolver esse problema. Ele se livraria do rapaz. Não, então Kyoko o odiaria para sempre. Ela nunca o perdoaria se ele magoasse um humano.

      - Um humano nunca poderia protegê- la. - Toya rosnou de frustração, então sentiu uma presença e olhou para a estátua da donzela. A forma calma de Kyou se materializou na clareira na frente dele. Caramba! Ele precisava disso tanto quanto ele precisava de um buraco na cabeça.

      - A sacerdotisa fugiu de ti e voltou ao mundo dela. - O seu tom sem emoção era mais uma declaração em vez de uma pergunta.

      - Não é da tua conta, Kyou, então por que não... vais beijar alguma outra menina e deixas Kyoko sozinha. Embora fossem irmãos, ambos guardiões de Kyoko e o coração do guardião, Toya ainda não confiava nele... especialmente com Kyoko. - Kyoko é minha, entendeste? Basta deixá- la em paz.

      - Ela é tua, dizes? - O tom de Kyou estava quase entediado. - Ela é pura e não tem companheiro. Ela não é tua. - O vento começou a soprar através da clareira e Kyou desapareceu com ele, deixando Toya ali com uma sensação de naufrágio enquanto observava uma das penas douradas de Kyou pousar nas estátuas esticadas mãos estonteantes e depois desaparecer.

      Toya inclinou- se para trás contra o lado da estátua da donzela e lentamente deslizou para baixo até que ele estava sentado ... Esperando. Minutos se transformaram em horas e Toya piscou para o céu. Quando o sol se põe? Ele sabia que os outros estavam a caminho. Ele podia sentir o cheiro deles entrando na brisa. Ele ficou lá, esperando que eles se mostrassem.

      Suki despertou Shinbe na frente na clareira sussurrando:

      - Vái falar com ele, Shinbe. Talvez ajude. Vamos descer por um caminho e fazer acampamento, ok? - Ela deu- lhe outro empurrão para a frente.

      Shinbe sabia que Toya provavelmente não estava de bom humor. Ele nunca estava quando Kyoko voltava ao seu tempo, mas ele faria qualquer coisa por Kyoko e Suki.

      Agora, um deles queria que ele descobrisse o que aconteceu e visse se ele poderia dizer algo que ajudasse. Respirando fundo, ele se aproximou calmamente, secretamente esperando que Toya estivesse dormindo.

      - O que queres, Shinbe? - disse Toya, assustando o guardião da ametista.

      Shinbe fez o seu caminho para Toya e sentou- se ao lado dele.

      - Então, ela ainda está zangada?

      Toya lentamente olhou para Shinbe.

      - O que te deu essa ideia?

      Shinbe apontou com a sua arma para o buraco em forma de Toya no chão.

      - Bem, isso é um novo, não é? - Ele não podia deixar de sorrir para a sua própria piada. Toya olhou para ele e o seu irmão parou de rir. Shinbe suspirou.

      - Conseguiste falar com ela acerca de tudo?

      Toya encolheu os ombros.

      - Ela não me deixou dizer nada. Ela estava muito zangada para ouvir. Agora ela voltou e eu tenho um mau pressentimento. Precisamos dela aqui. - Na sua mente, ele silenciosamente acrescentou "Eu preciso dela aqui."

      Shinbe acenou com a cabeça.

      - Talvez ajudasse se fosses vê- la. Afinal, és o único de nós que pode fazê- lo. E da próxima vez, não tentes explicar as coisas. Basta dizer que sentes muito, ok? - e ele levantou- se e deu alguns passos antes de parar e adicionar. - Se ela lhe der uma oportunidade de explicar, certifique- se de dizer a ela que a ama. Afinal de contas... ela não é um leitor de mentes.

      Toya esperou até Shinbe estar bem fora de vista antes de se levantar e suspirar para acalmar os seus nervos. Olhando para o rosto da estátua de donzela, ele secretamente se perguntou se o sósia de Kyoko do passado era tão difícil de lidar quanto o seu descendente. Para descobrir esse segredo, ele teria que perguntar a Hyakuhei e isso estava fora.

      Alcançando as mãos da donzela, ele desapareceu na luz azul engolido. Pular através da barreira do tempo sempre lhe deu muitos nervos. Isso lembrava- o de se afogar... mas sem a água.

      Os outros guardiões muitas vezes reclamavam sobre ele ser o único que poderia fazê- lo, mas Toya tinha chegado à sua própria conclusão sobre isso... o feitiço Domador. Justo foi justo. Ele era o único em quem Kyoko podia usar o feitiço, então ele era o único que podia persegui- la no seu mundo e arrastá- la de volta.

      - O que eu estou fazer? Ela só vai usar esse maldito feitiço se ela me apanhar seguindo- a. - Toya subiu o pequeno lance de escadas e saiu da casa do santuário que se estabeleceu no quintal de Kyoko. Ele nunca foi muito bom em ouvir aquela voz na cabeça, então por que começar agora. A noite foi calma e fria, ajudando a acalmá- lo para o confronto.

      Olhando para a casa de Kyoko e não vendo nenhuma das luzes normais acesas, ele decidiu andar pela casa dela até ver a janela do quarto dela. Não foi a primeira vez que ele escolheu essa entrada. Além disso, seria apenas a sorte dele encontrar aquela aberração de um avô que ela tinha.

      Subindo rapidamente na árvore fora do quarto de Kyoko, Toya sorriu quando notou que a janela estava quebrada e a sua luz estava acesa. Ele colocou as mãos na janela e calmamente abriu- a o resto do caminho, encolhendo quando deu um leve som rangendo.

      Subindo no seu quarto, Toya rastejou até à sua cama. Ela estava meio coberta, com a mão pequena enrolada sob o queixo, deitada de lado com o cabelo vermelho espalhado ao seu redor no travesseiro branco. Ele lentamente sentou- se na beira da cama e inclinou- se sobre ela, vendo- a respirar.

      Ele adorava vê- la dormir. Sendo um guardião, ele não dormia tanto quanto um humano, então ele teve muitas oportunidades de apenas sentar e observá- la sem que ela soubesse. Os pensamentos de Toya voltaram para o beijo... ambos os beijos.

      Do jeito que ele viu, ele ainda era ele mesmo, mesmo quando o seu lado demoníaco assumiu forma... ambos os lados eram uma parte dele. E embora ela estivesse sob aquele feitiço de amor... Ainda era