descer sobre Kyoko. O seu coração estremeceu no seu peito... a sua atenção sobre ela em vez da luta com o demónio e ele levantou- se do chão mais uma vez. Finalmente abrindo os olhos, Kyoko engasgou- se quando viu um homem bem na frente dela.
Ele era lindo... com asas de luz... assim como nos seus livros de literatura na escola. Eles teriam dito que ele era um anjo. Este homem não era de forma alguma um anjo... ela podia senti- lo. Ela puxou para trás a corda da sua besta e um dardo espiritual formado quando ela se lembrou da história sobre o anjo mais bonito sendo expulso do céu porque ele era mau.
Kyoko manteve a sua pontaria enquanto olhava para os cristais que eram os seus olhos, mas era incapaz de atirar. Como ela pode magoar algo tão precioso? Com os seus longos cabelos brancos fluindo ao seu redor, ela nunca tinha visto nada tão adorável na sua vida. Ele lentamente aproximou- se dela, sussurrando palavras que ela não conseguia entender.
Entre Suki e Shinbe, eles exterminaram quase todos os espíritos voadores livres e voltaram para ajudar Toya com o demónio enfurecido que o estava a bater no chão porque ele não estava a prestar atenção na luta. Ele estava muito ocupado a tentar ver o que estava a acontecer com Kyoko. Suki atirou a sua arma e cortou a bochecha do demónio, recebendo a sua atenção fixada nela.
Shinbe tirou- a do caminho assim que o demónio atacou, enviando detritos pelo ar enquanto as suas garras falhavam e roubavam o chão. Ele gritou com Toya.
- Vai ajudar Kyoko. Vamos lidar com essa coisa!
Toya correu para a luz irradiante, vendo a imagem de um homem com asas flutuando em direção a Kyoko dentro da barreira. Ele correu para ele, mas a barreira o repeliu como tinha Kamui. Pequenos raios a cor da luz negra tocaram gentilmente na sua pele.
Voando para trás, ele bateu no chão e fez barulho. Ele ficou lá por um minuto, atordoado e tentando recuperar o fôlego. Kamui estava do outro lado da esfera, lançando freneticamente todos os feitiços mágicos que ele poderia pensar para desestabilizar a barreira, mas não estavam a funcionar.
Ele rosnou de frustração quando ele novamente tentou quebrar o escudo e chegar a Kyoko. Colocando as mãos juntas na frente dele, ele cantou o seu feitiço mais poderoso e o liberou, apenas para que refletisse fora da parede da barreira e batesse de volta nele, enviando- o derrapando pela erva com irritação.
Kyoko estava a tentar lutar contra a atração da forma de aparição na frente dela. Ela podia ouvi- lo a sussurrar encantamentos e ela podia sentir uma sensação estranha a começar no seu peito. Não era doloroso... mas mesmo assim... parecia que iria estourar.
Não com dor... mas um sentimento amoroso. Ela ainda estava lúcida o suficiente para sentir medo ao mesmo tempo. Ela tentou dar um passo atrás quando ele se aproximou ainda mais e foi aí que ela percebeu exatamente o que ele estava a fazer. Este demónio travesso estava a lançar um feitiço sobre ela... e agora era tarde demais. Kyoko pestanejou lentamente. Ela sentiu a sensação esmagadora de estar apaixonada. Ela faria qualquer coisa por essa pessoa, mas ela não sabia quem era essa pessoa.
Quem amava ela tanto que doía? Ela sentiu o chão mudar sob os seus pés e ela começou a afundar num vazio assim como o demónio sedutor finalmente veio dentro de um fio de cabelo dela. Os seus lábios sedosos escovados voavam através dela e o seu mundo ficou preto.
*****
Hyakuhei olhou através do espelho e testemunhou o feitiço a ser colocado em Kyoko. Ele sabia que quando ela acordasse, a pessoa antes dela seria a que ela amava. Os seus olhos brilhavam uma luz fraca e vermelha quando ele abriu um portal sob a esfera da barreira em que ela estava presa e começou a puxá- la para ele.
- Sim, vem até mim. Eu sou o único que realmente amas. - Os seus pensamentos ficaram distorcidos e ele sentiu como se ela estivesse finalmente voltar para casa para ele. - Como deveria ser. - sussurrou ele.
Yuuhi viu Hyakuhei sem uma cintilação de emoção no seu rosto pálido e jovem.
- Ela não virá, pois Toya vai pará- la.
Os olhos de Hyakuhei semicerraram- se na direção do menino antes que ele se virasse para o espelho.
*****
Toya estava sobre a barreira da esfera que mantinha Kyoko protegida. Com todo o seu corpo a tremer de medo e raiva, ele reuniu os seus poderes de guardião e pegou nas adagas gémeas.
- Não vais tirá- la de mim! - Os seus olhos mudaram instantaneamente para prata derretida à medida que os seus poderes vieram à tona, enviando uma onda de choque ao seu redor, fazendo com que o seu cabelo e roupas tremulassem descontroladamente da explosão.
Segurando as adagas gémeas juntas, as lâminas cruzadas tornaram- se num azul vívido enquanto o Tenshi beijava os lábios de Kyoko. O demónio olhou para cima assim que Toya desceu. Num piscar de olhos, o escudo da barreira desapareceu e as lâminas fizeram contato com o Tenshi, matando- o num instante.
Toya estendeu a mão e agarrou Kyoko pela cintura, puxando- a para fora do vazio que havia se formado sob ela. Ele saltou para longe do vazio assim que o demónio maciço Suki e Shinbe estavam a lutar e tentou atacá- lo novamente.
Vendo que Kyoko estava inconsciente e sem saber o que o demónio alado tinha feito com ela fez Toya ver vermelho de raiva. Levantando a sua adaga de fogo com um rosnado furioso, ele sentiu o calor a acumular- se dentro do seu sangue guardião e libertou- o de volta sobre os demónios avançando, explodindo- os em pedacinhos.
*****
Yuuhi baixou o espelho das almas de Hyakuhei, que tinha olhado para longe em decepção.
A voz de Hyakuhei permaneceu calma.
- Não importa, o feitiço só vai durar algumas horas desde que o Tenshi foi destruído.
Não havia arrependimento, pois ele teria muito mais chances e capturaria a sacerdotisa. Ele abriu a palma da sua mão revelando os pequenos fragmentos de cristal que eventualmente trazê- la- iam ao seu alcance.
- Ela ainda virá até mim. - disse com uma voz sedutora quando Yuuhi olhou para trás no espelho.
*****
Toya estava tão chateado que nem percebeu que as nuvens escuras tinham desaparecido e o sol estava mais uma vez a brilhar com os seus raios do dia. Ele estendeu a mão, puxando Kyoko mais perto para que a sua cabeça descansasse na sua coxa enquanto ele se ajoelhava. Ele não podia ver nenhum ferimento, mas o fato de que ela tinha desmaiado estava a assustá- lo. Ele não prestou atenção aos outros enquanto se aglomeravam ao seu redor.
Kamui ajoelhou- se ao lado de Toya.
- Ela está bem? - disse e olhou para Kyoko. - Eu deveria protegê- la. - sussurrou enquanto ele estendeu a mão e tocou no seu rosto com as pontas dos seus dedos. - Kyoko, por favor, acorda... para mim... Por favor... por que não acordas? - O tremor na voz de Kamui demonstrou a culpa que ele estava a sentir por não salvá- la.
Shinbe era o único a responder.
- Eu reconheci o demónio adorável que estava com ela. Estudei os seus segredos há um tempo atrás. Chama- se Tenshi. É muito fraco em ataques físicos e pode ser destruído facilmente. O seu verdadeiro poder é um feitiço de amor enganador. - Ele dirigiu a sua próxima pergunta para Toya. - Não a beijou, foi isso?
Toya acenou com a cabeça, lembrando- se do momento de ciúmes que tinha sentido quando a bela criatura masculina ousou beijar Kyoko.
Shinbe suspirou e bateu a mão nos olhos antes de espiar por entre os dedos:
- Então podemos ter um problema quando ela acordar.
Toya sentiu o seu estômago tremer com a ideia de Kyoko ser ferida de alguma forma.
- Shinbe, o que há de errado com ela? Que tipo de feitiço foi que o bastardo colocou nela? Há alguma maneira de ajudá- la? Um antídoto ou algo assim? - perguntou calmamente, nunca tirando os olhos dela por medo da sua respiração parar. Ele nunca se sentiu tão dormente na sua vida