los. A encosta e o vale abaixo seguravam o fedor pesado do mal.
Uma forma usando um roupão preto materializado do nada, bem na frente deles com uma inclinação perversa nos lábios apareceu.
- Então, respondeste à minha convocação.
Kyoko estremeceu quando os seus olhos escuros encontraram o dela. A memória do sonho que ela teve na noite anterior assomborou- a, dando- lhe arrepios. Ela deu um passo para trás, escondendo- se atrás de Toya e observando em torno dele Hyakuhei.
Ela tinha um mau pressentimento de que a única razão pela qual ele estava lá era ela e os talismãs que ela carregava.
Toya notou que a atenção de Hyakuhei estava centrada em Kyoko e ele sentiu um estalo mental. Ele rosnou, segurando a alça da sua adaga e arremessando- se para a frente para cortar o inimigo. A capa preta tremulava para o chão como esperado. Ele sabia que era apenas um dos fantoches de Hyakuhei.
- Tu nunca terás coragem de realmente me enfrentar! - disse Toya enfurecido.
- Os poderes da sacerdotisa serão meus, então... venha até mim... - A voz fria de Hyakuhei lentamente soprou ao vento.
Kyoko sentiu calafrios rastejar até a sua coluna pelas palavras que Hyakuhei tinha proferido.
- Ir até ele? Ele é louco? - sussurrou sentindo o cobarde dentro da sua cabeça assustada.
Toya veio ficar ao lado dela. Ele sabia que os guardiões estavam encarregados de manter o cristal fora das mãos do mal, mas ele não gostou do fato de que tinha colocado Kyoko em perigo. Hyakuhei matou muitos inocentes para os talismãs. Ele seria amaldiçoado antes de deixar Kyoko se tornar uma das vítimas desta guerra.
Ele a protegeria. A sua necessidade de proteger Kyoko era tão forte, que se tornou no seu único propósito de existência e agora, ele tinha um sentimento muito mau. Ele podia ouvir o batimento cardíaco de Kyoko em alta velocidade e podia sentir o cheiro do medo vindo dela em ondas. Toya assistiu com espanto como ela se virou para ele com um sorriso congelado.
- Bem, vamos buscar outro talismã? - levantou Kyoko o queixo desafiando o medo que estava a sentir e endireitou os ombros.
Toya olhou para trás e podia ver que os outros também estavam prontos. Os outros... as únicas pessoas em quem ele já tinha confiado.
*****
Hyakuhei olhou para o espelho que Yuuhi ergueu. O espelho das almas que lhe permitiu observar cada movimento de Kyoko. Esta rapariga era o foco dele no momento. Ela sozinha tinha o poder de controlar o Cristal do coração do guardião e ele precisava desse poder.
Mas... ele também precisava dela para ajudá- lo a fundir os talismãs novamente. Para fazer isso, ele teria que encontrar uma maneira de fazê- la vir até ele... De bom grado. Ele queria ela... não morta... em vez disso, ele queria que ela escolhesse ficar do seu lado.
Como se estivesse a ler a mente do seu mestre, Yuuhi falava com a voz silenciosa e sem emoções que pertencia a uma criança.
- Queres o poder que a rapariga exerce, mas ela é pura e não virá até ti de bom grado.
A forma fantasmagórica- branca do menino olhou para Hyakuhei com olhos negros que seguravam o conhecimento de milhares de anos.
- Capturá- la é capturar um coração puro. Para fazer isso, vais precisar prendê- la numa teia de engano. O garoto misterioso olhou para o espelho, observando Kyoko com os olhos da cor da morte.
Hyakuhei sorriu um sorriso contaminado. O seu corpo e rosto impludoso e perfeito escondia a sua malevolência. O seu cabelo longo e escuro em cascata em torno dele em ondas brilhantes. Ele era muito sensual, com músculos esbeltos ondulando sob a sua pele a cada movimento.
Esta sacerdotisa que os guardiões protegiam tinha a semelhança do único ser que ele já tinha amado. Ele sabia que Kyoko era uma reencarnação do que ele tinha perdido há tanto tempo... tirado dele sem piedade. A sua mão punhou quando as memórias tentaram voltar para ele de outra época.
Ele afastou- as com um rosnado e concentrou- se na sacerdotisa diante dele. Como ele poderia fazer um coração imaculado apaixonar- se por ele quando ele era puro mal? Ela tinha o poder que ele tinha dado ao seu ancestral há tanto tempo. Foi isso que o atraiu nela, o pensamento de corromper esse tipo de pureza. Primeiro, ele teria que enganá- la.
- Vou invocar a magia de Tenshi para lançar um feitiço sobre a sacerdotisa e ela apaixonar- se- á por mim.
Hyakuhei então começou a rir, mas o som não tinha humor. Fechando os seus olhos escuros, ele convocou a figura angelical de um dos demónios interiores que havia consumido dentro do seu corpo e agora estava controlado.
Este demónio Tenshi poderia tecer um feitiço em torno da rapariga, sem saber fazê- la se apaixonar por aquele que a tem na sua posse. Também chamando um demónio de imensa força e uma massa de espíritos malignos voadores para manter Toya e os outros à distância, Hyakuhei enviou- os para encontrar o grupo enquanto observava tudo através do espelho das almas.
*****
Enquanto Toya e o grupo se aproximavam da aura sinistra dentro do vale, Kyoko parou. Malevolência... ela podia sentir tudo ao seu redor, mas ela não podia vê- lo.
- Algo está aqui connosco. - sussurrou Kyoko enquanto ela deu um passo para trás assustada. Os seus olhos de esmeralda largos levantaram- se para uma colina na frente deles assim quando um enorme demónio subiu do chão como se estivesse a sair de alguma sepultura sem identificação.
Toya rosnou para os demónios menores também vindo do chão. Parecia que alguém tinha aberto um portão do inferno. Os punhais gémeos rapidamente brilharam para a vida enquanto Shinbe e Suki estavam em cada lado dele. Kaen desnudou as suas presas enquanto Kamui corria para Kyoko para ficar na frente dela, alguns dos demónios passaram pelos outros. Toya saltou para a frente gritando.
- Kyoko! Vês um talismã no demónio principal?
Kyoko olhou para o demónio com força e viu um brilho suave a vir da sua testa.
- Testa! - gritou de volta para Toya enquanto Suki começou a cortar os veios que estavam a voar em direção a eles à frente do demónio principal.
Kyoko viu Shinbe começar a desenrolar as contas de ametista ao redor da sua mão para abrir o vazio amaldiçoado que Hyakuhei lhe presenteou quando criança, o mesmo vazio que poderia engoli- lo inteiro se os seus poderes ficassem fora de controlo.
O vácuo do vazio sugaria os demónios nas suas profundezas em ondas, tornando- o uma das suas melhores e mais perigosas armas na batalha contra Hyakuhei e o seu lacaio. Kyoko viu uma sombra voar por cima dela e olhou por cima deles.
- Shinbe! Não faças isso! Um modificador de aparências. - apontou ela e Shinbe olhou para cima, rapidamente fechando o vazio amaldiçoado e acenou com os agradecimentos pelo aviso assim como um enxame de demónios veio até eles. Os modificadores de aparências foram os vazios naquela queda solitária.
Shinbe quase morreu da última vez que acidentalmente lutou contra um dos que modificam a aparência de Hyakuhei. O seu poder refletia dentro do vazio, girando- o fora de controlo e colocando a própria vida de Shinbe em perigo de ser consumida pelo vácuo amaldiçoado.
A baioneta de Suki deu uma reviravolta no ar no último segundo, matando alguns dos demónios baixos que avançavam. Shinbe jogou alas e lançou feitiços no resto que os atacavam. Foi quando tudo começou a acontecer de uma vez, Kyoko assistiu enquanto o grupo lutava contra um grande enxame de monstros terrestres. Demónios aéreos atacaram Toya com movimentos muito rápidos para rastrear, dando ao demónio principal uma abertura para atacar.
Toya foi atirado através do campo apenas para se levantar e vir para ele novamente. Kyoko levantou a sua besta, com a intenção de ajudar o máximo que pôde quando algo chamou a sua atenção... os seus movimentos quietos. Uma iluminação desceu ao seu redor, repelindo Kamui como se ele tivesse sido atirado fora dela. Estava tão brilhante que Kyoko