T. M. Bilderback

Baralho Lido - Uma Novela Da Justice Security


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remava e se embrenhava pelo pântano

      Mais tarde nessa noite, o Pierre tinha voltado, manobrando calmamente o barco em direção à escada. Tinha pousado o remo, atado o barco a um dos postes da palafita e subido para a cabana.

      O Lido sentava-se em silencio na pequena mesa da cozinha.

      O Pierre estava sóbrio…por enquanto.

      “Comeste alguma coisa?”

      O Lido abanou a cabeça.

      Sem uma palavra, o Pierre abriu um dos armários e retirou duas maçãs. Passou-as ao miúdo.

      “Come isso e vai para a cama.”

      Enquanto o Lido dava uma dentada, o pai tinha dito, “Amanhã vais aprender a caçar jacarés, non?”

      ***

      “OH, É TÃO grande!” disse a loura, saltando para o colo do Manny Salazar.

      Manny, que examinava os seios nus da mulher, disse distraidamente, “Ai, é?”

      “Oh, Sim! Nunca tinha visto uma janela tão grande num escritório tão pequeno!”

      O Manny, que estava nu, deslizou mais para trás na sua cadeira para se poder mover com mais energia. É claro que a jovem sentada ao colo dele também estava nua e usava uma parte do corpo para embrulhar parte do corpo de Manny. Para prazer do Manny, ela movia as ancas lentamente, para cima e para baixo ao longo do seu pénis.

      A cabeça do Manny deslizou para baixo das costas da cadeira, mesmo quando a cabeça da mulher se elevava ainda mais.

      O Manny ouviu um TIN! Que soava como vidro a partir-se. E ele viu que um pequeno buraco redondo tinha aparecido na testa da mulher e um bom bocado de crânio e miolos lhe tinha salpicado a secretária e a parede oposta à mesa.

      A mulher tinha-se tornado num peso morto.

      Manny ejaculou involuntariamente.

      ***

      O MEU TELEFONE ESTAVA a tocar.

      Tinha acabado de dar uma dentada enorme numa sanduiche de salsicha italiana do Lucky, por isso não pude atender de imediato.

      Lancei um grunhido ao Sam.

      Ele sorriu. “Queres que atenda, Mickey?”

      Eu acenei com a cabeça extravagantemente.

      Com uma gargalhada, o Sam pressionou o botão. “Chicago PD, Detetive Tanner.” Pausa. “Espere, o quê?” Pausa. “Oh, merda. E tem que ser ela?” Pausa.

      A esta altura, já tinha mastigado metade da sanduiche que tinha enfiado na boca. “O que é que se passa, Sam?”

      Sam colocou a mão sobre o receptor e disse: “É um polícia de patrulha. Diz que recebeu uma chamada do cento-e-doze para um escritório de um detetive privado. Uma mulher foi morta a tiro. A bala entrou pela janela.”

      Eu estava a ter um mau pressentimento. Tinha medo de verbalizar quem eu pensava que o detetive privado era.

      “Foi o Manny que telefonou.”

      O, merda. Claro que tinha sido.

      “Ela e o Manny estavam…en flagrante delicto.” E para o telefone, o Sam disse, “A sério?” Para mim disse, “Ele ejaculou quando a parte de trás da cabeça dela explodiu. Depois caiu para o chão.”

      Balancei a cabeça. Poderia este dia ficar pior?

      Agarrei na mala e no casaco. “Então vamos para la.”

      ***

      “Bon sang!” A arma estava agora desmantelada e arrumada na maleta. Enquanto saia do edifício do outro lado da rua, em frente ao escritório do Manny, o assassino encolheu os ombros. “Malchance. Mas, talvez a minha sorte mude!”

      ***

      OUVI O MANNY ASSIM que entrei no elevador.

      “Como raio e que havia de saber? Desde que deixei a polícia, não tive casos nenhuns que levassem alguém a querer matar-me!”

      O Manny viu-me enquanto eu me aproximava pelo corredor em direção ao escritório dele. “Mickey! Diz-lhes! A maioria das pessoas adoram-me!” Estendeu as mãos abertas enquanto o dizia.

      Tinha uma toalha enrolada à volta da cintura.

      Sacudi a cabeça. “Manny, o que é que tu fizeste?”

      Os olhos arregalaram-se em surpresa. “Mickey, sabes melhor do que isso!”

      A caminho daqui o Sam tinha-me perguntado o que é que se tinha exatamente passado quando o Manny tinha deixado a polícia. O Manny e eu tínhamos sido parceiros durante anos – o Sam sabia disso. Também sabia que o Manny tinha deixado a polícia com desonra, por causa dum escândalo qualquer. O Sam e eu éramos parceiros há quatro anos… desde que tinha sido promovida a Tenente.

      Eu sabia que este dia havia de chegar quando ele iria querer saber. Aparentemente, era hoje.

      Respirei fundo. “O Manny e eu tínhamos sido designados para um caso de rapto de uma criança. Trabalhávamos no caso o melhor que podíamos. Os Federais não eram muitos com este caso porque tinha acontecido dentro da cidade, e sabes como os polícias locais trabalham com os Fedes.”

      O Sam fungou. “Pois. Basicamente não trabalham. A não ser que sejam recrutados, como aconteceu com o Justice.”

      Assenti e sorri. “Tens razão. Bom, quando isso aconteceu era o meu dia de folga. Tinha-me posto em calções, t-shirt, um rabo-de-cavalo e um boné dos Cubs e saí pela rua fora em direção a Wrigley. Acho que os Cubs iam jogar contra Atlanta, ou qualquer coisa assim… não me lembro muito bem. Mas lembro-me de que não tinha o telemóvel comigo. Tinha-me esquecido dessa coisa – de propósito – e nunca soube nada disto até chegar a casa já de noite.” Conduzi em silêncio por um bocado. “Recebemos uma dica sobre a localização da menina. O Manny é que atendeu a chamada. Tentou contactar-me, mas…” encolhi os ombros. “Por isso, foi sozinho para o sitio localizado – era na parte leste, perto do lago. Mas, teve uma súbita chamada de sexo. Ele tinha uma antiga namorada que morava na mesma área, então decidiu passar por lá para tratar chamada.” Respirei fundo. “A menina foi morta. O médico legista fixou a hora para a mesma altura em que o Manny estava a enroscar-se com a antiga namorada.”

      Recuperei o fôlego. “O Capitão Baker ficou lívido. Foram trocadas palavras muito duras, e o Manny levantou as mãos e despediu-se. De imediato.” Virei para a rua do Manny. “Quando descobri, fiquei enojada. Continuo enojada com o Manny desde então.” Olhei para o Sam. “O Manny era um bom bófia. Normalmente, teria tratado do caso antes de se preocupar com o prazer, especialmente se eu estivesse com ele… mas, não desta vez. E saiu-lhe o tiro pela culatra.”

      O Sam abanou a cabeça enquanto eu estacionava o Carocha e punha o visor para baixo, para que a placa “Detetive de serviço” ficasse visível através do para-brisas. “Nunca pensei que ele fosse um mau agente, porque nunca teria continuado com a parceria se ele o fosse.”

      Enquanto saiamos do carro, disse, “O Manny simplesmente não conseguia manter a breguilha fechada.” Gesticulei em direção ao edifício dele. “Um exemplo disso.”

      Neste momento, olhei para o Manny. “Pois, Manny, eu sei que estas bem. Ouvi dizer que tinhas …. completado as coisas… depois da rapariga morrer.”