Amy Blankenship

Uma Luz No Coração Da Escuridão


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do Coração Guardião.

      Os olhos do Hyakuhei escureciam com seus pensamentos. A última vez que chegou tão perto do misterioso cristal da lenda, a menina que carregava o cristal poderoso detectou sua intenção. Antes que ele pudesse detê-la, ela se matou, levando o cristal consigo, além do alcance dele mais uma vez.

      A mente dele voltou para o presente, com um sentimento de anseio. Tinha sido um grande desperdício, pois a jovem tinha uma beleza e pureza incomparáveis e imaculadas. Seu corpo esguio não fazia nenhum movimento enquanto ele vislumbrava vagarosamente a multidão, com seus olhos da meia-noite.

      O cristal só reaparecia a cada mil anos, de acordo com os pergaminhos que ele havia tirado do mago Shinbe, antes de tomar sua vida. Seus lábios insinuavam um sorriso cruel, lembrando-se daquele crime em particular, muito delicioso.

      Contando os anos a partir daquele momento, a donzela escolhida que agora guardava o cristal perto de seu coração teria vinte e um anos, possivelmente um pouco mais nova. Hyakuhei sentira isso na vizinhança da universidade e agora aqui na multidão de universitários na boate.

      O fato de que esta cidade foi construída no mesmo terreno onde o cristal tinha desaparecido apenas comprovava que seria o mesmo lugar para o seu renascimento.

      Se ele não achasse quem guarda o Cristal do Coração Guardião, recrutaria alguém que fosse aceito entre os jovens e o ajudaria em sua procura. Uma pessoa não humana, uma criatura da noite, acima de tudo, poderia detectar o poder que ele queria e desejava para si mesmo.

      Um sorriso malicioso agraciou seus lábios perfeitos em antecipação da excitação da caçada. Tendo chamado seus filhos mais favorecidos para se juntarem a ele, desta vez ele teria o que desejava. Ele estava na escuridão tempo demais e até mesmo as coisas mais prazerosas começaram a aborrecê-lo.

      Hyakuhei queria algo novo e um desafio era exatamente o que precisava para despertá-lo de sua vida de sono. Ele pôde sentir vagamente uma perturbação no ar e sorriu com entendimento. Não haveria nenhuma pressa, pois o que é o tempo para um vampiro?

      *****

      Tasuki viu com surpresa Kyoko acabar com o último gole de seu chá gelado. Seus olhos agora castanhos e suaves olharam para sua própria bebida que ainda estava cheia, um olhar preocupado em seu rosto.

      â€” Ah, Kyoko, se você está com sede, posso buscar chá de verdade no bar, se quiser — sorriu ele sorriu ao ver Kyoko corar por ter percebido o que ela acabara de fazer.

      Suki ergueu uma sobrancelha quando notou o copo vazio de Kyoko e se encolheu interiormente sabendo que Kyoko a mataria com felicidade por causa da ressaca. Ela deu um encolher de ombros mental, convencendo-se de que esta noite eles estavam comemorando e Kyoko a perdoaria, algum dia.

      Olhando para Tasuki com a melhor expressão de "Por favor me ajude, estou com problemas", Suki concordou.

      â€” Acho que pode ser uma boa ideia. — Ela piscou para ele com um ar de travessura, encorajando-o.

      Ela sempre gostou de Tasuki e muitas vezes desejava que Kyoko saísse com ele mais vezes, em vez de Toya, de quem ela gostava, mas ele nem sempre tratava Kyoko tão bem como deveria. Ela estava contente por Kyoko receber o que dá e por não deixar Toya oprimi-la.

      E também havia Kotaro, que poderia ir embora com a Kyoko e se casar com ela, se tivesse uma chance. Ele era legal e a tratava como uma deusa, mas Suki não estava confortável com a ideia de perder sua melhor amiga também.

      Os olhos de Suki iluminaram-se ao pensar em armar para Tasuki e Kyoko ficarem juntos, especialmente depois do jeito como eles haviam dançado agorinha. Ela não se deixaria enganar, pois Kyoko podia ser bem assustadora quando fica muito zangada. A garota teria que ter coragem para namorar dois cabeças quentes como aqueles com que ela convivia. O sorriso de Suki suavizou ao pensar em seu próprio namorado, embora ela nunca admitiria tal título.

      Shinbe era tão louco quanto os dois amigos de Kyoko, se não fosse mais louco ainda.

      Trazendo seus pensamentos de volta ao presente, Suki levantou-se com um sorriso dissimulado.

      â€” Vou falar com o DJ para tocar minha música favorita, já volto! — Com isto, ela deixou os dois a sós. Secretamente, ela esperava que o tempo a sós acendesse uma pequena chama ardente entre os dois.

      Kyoko olhou para Tasuki, se sentindo com a cabeça vazia, e sorriu com culpa.

      â€” Eu adoraria um chá, ou talvez um café seria ainda melhor. Mas, às vezes, a cafeína é quase tão ruim quanto o álcool. — Ela riu de sua própria piada. — Se você não se importa em comprar enquanto vou ao banheiro. — Ela pegou a mão estendida de Tasuki e o deixou ajudá-la a se levantar.

      Kyoko piscou rapidamente quando as coisas começaram a parecer um pouco distorcidas e depois deu uma risadinha.

      â€” Já volto. — Ela olhou para as paredes, procurando a direção do banheiro. Ao vê-lo mais perto da porta da frente, ela saiu, esperando não parecer tão bamba quanto sentia. Talvez se ela jogasse um pouco de água fria no rosto e não bebesse mais álcool esta noite, tudo ficaria bem.

      O corpo de Kyou ficou tenso quando viu a cabeça da menina ir direto para o último lugar que queria que ela fosse: a entrada e o inimigo. Com seus assombrados olhos dourados matizados de rosa e com um rosnado agravado, sua forma desapareceu, como se ele nunca tivesse estado lá.

      A mente enevoada de Kyoko se perguntou por que eles colocaram os banheiros lá na frente, perto da porta, enquanto ela via uma horda de gente que ainda entrava na boate. Alguns dos recém-chegados pareciam já estar em ritmo de festa, e o ruído dentro do salão de dança estava amplificado.

      Yohji, um dos caras do campus, veio tropeçando, não vendo para onde estava indo. Seu irmão já o havia convencido a ir a alguns bares no fim da rua mais cedo e eles acabaram de sair do último para tentar este. Quando ele se virou para chamar seu irmão mais novo, Hitomi, ele esbarrou num corpo macio e quente.

      Ouvindo um gritinho feminino, Yohji instantaneamente estendeu a mão e a pegou com os dois braços. Quando seus olhos se acenderam no rosto daquela que ele segurava, um sorriso selvagem se espalhou por seus lábios.

      â€” Kyoko?

      Quando a boate resolveu parar de girar e ficou nítida de novo, Kyoko olhou para o cara que esbarrou nela e depois deu um de herói tudo ao mesmo tempo.

      â€” Yohji? Oi... — Kyoko corou quando ele a abraçou mais forte e ela imediatamente tentou se esquivar.

      Nada bom! Nada bom — repetiu ela em algum lugar dentro de sua cabeça. Ela podia ouvir o alarme interno alto e claro.

      Ela já havia encontrado várias vezes com Yohji na escola e, apesar dele ser bastante popular com as garotas, sendo extremamente bonitão e tudo o mais, ela sempre tentou evitá-lo. Ele era muito agressivo para o seu gosto e ela escolheu ficar bem longe dele e do grupo com o qual ele andava.

      â€” Estou bem agora, Yohji, então você pode me soltar — sorriu ela, escondendo sua ansiedade, tentando ficar calma e não fazer cena.

      Yohji não cedeu e deu um sorriso corrompido ao ver o desconforto da menina.

      â€” Por que eu te soltaria agora que finalmente te tenho nos meus braços, Kyoko?

      Seus olhos já estavam cheios de desejo, enquanto seu rosto tomava ares de um predador. Ele já estava atrás dela há muito tempo e ela nunca lhe dava uma chance. Bem, agora que seus dois guarda-costas não estavam por perto para detê-lo, ela não iria embora tão facilmente.

      Hyakuhei viu a cena acontecendo a poucos metros