Amy Blankenship

Uma Luz No Coração Da Escuridão


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      Normalmente, pensamentos ligeiramente sujos preenchiam sua mente como muitas vezes acontecia quando ele estava em casa sozinho. No entanto, por algum motivo, esses pensamentos pareciam errados no momento. Havia algo sobre ficar aqui com ela, que parecia ... inocente? Ele balançou ligeiramente a cabeça e se aconchegou perto dela.

      Segurando-a firmemente, ele agradeceu a qualquer deus que estivesse no céu por ela estar sã e salva, e no lugar a que ela pertencia. Tê-la em seus braços parecia tão certo que ele decidiu saborear o momento. De manhã, isso poderia ser fatal, mas se ele morresse, pelo menos morreria feliz.

      Kyoko suspirou em contentamento, aconchegando-se mais perto do calor protetor que cercava seu corpo.

      Um sorriso suave enfeitou os lábios de Toya enquanto ele gentilmente beijou a testa dela e acabou caindo no sono também.

      *****

      O corpo de Kyou levitou até a janela, onde ele sentia o aroma dela ficar mais forte. Os orbes de ouro fundido se abriram com o choque da cena que se desenrolava bem diante de seus olhos. Lá, no quarto onde Kyoko estava deitada, entrou um jovem com olhos dourados e longos cabelos da meia-noite repletos de mexas prateadas que combinavam com os de Kyou.

      Ele sentiu como se o ar tivesse sido roubado de seus pulmões enquanto a imagem espelhada de seu irmão assassinado estava ao lado da cama, olhando para a garota adormecida que ele vira para sequestrar.

      Sua máscara gelada desapareceu completamente à vista desse menino que se parecia com seu amado irmão.

      - Como isso é possível? - Lembrar a primeira palavra que ela falara com ele fez seu peito doer. Ela o chamou de Toya por engano e agora, aqui em seu quarto, estava a imagem de Toya?

      Kyou tentou captar um perfume, tentando provar o que seus olhos lhe diziam, mas sua mente não conseguia compreender. O cheiro de seu irmão estava ligeiramente misturado com o cheiro desse menino, mas antes que ele pudesse contemplar mais sobre isso, o menino engatinhou para a cama e passou seus braços possessivamente em torno dela.

      Um tiro de ciúme disparou pelo corpo inteiro de Kyou enquanto a garota se aconchegava no abraço do jovem. Um grunhido de advertência vibrou dentro de seu peito quando seus olhos brilharam vermelho brevemente. Irmão ou não, ele não permitiria isso.

      Ele tentou alcançar a janela ao mesmo tempo em que uma cascata de brilho a cobriu, fazendo com que ele recolhesse a mão. Ao ver o pó de arco-íris se instalar no peitoril da janela como se fosse para protegê-la, ele rosnou novamente. A menina parecia estar cercada por tudo o que era sobrenatural e o imortal estava com os nervos à flor da pele.

      Seus olhos se estreitaram ao se perguntar se era apenas um feitiço de um mago que lhe permitia ver seu irmão. Será que ela tinha lançado o feitiço sobre ele quando ela sussurrou o nome de seu irmão morto?

      Sua atenção se afastou da janela para olhar para o chão abaixo dele. O lobo estava chegando. Ele enviou mais um olhar assassino ao quarto antes de levitar rapidamente para o telhado.

      Toya tinha acabado de adormecer quando ouviu um grunhido animalesco que parecia estar vindo da janela de Kyoko.

      - Isto não está certo. Ela está no segundo andar. - Os olhos de Toya se abriram ao ouvir o som novamente.

      Levantando a cabeça levemente para não perturbar Kyoko, ele olhou para a janela de onde o som estava vindo. Todo instinto em seu corpo lhe dizia que alguém ou alguma coisa estava lá, observando-os.

      Seu olhar se fechou na sombra do que parecia ser um homem. Parecia que ele estava de pé na janela, mas no segundo andar? Um contorno de prata ondulava em torno de sua forma e o fazia parecer quase fantasmagórico. Toya tinha visto essa aparição antes, em pesadelos.

      Olhos dourados de sol estavam concentrados no chão, mas Toya podia vê-los reluzir vermelhos por apenas um momento e ele poderia jurar que ele também viu o brilho das presas. A imagem tremeluzia à medida que flocos metálicos de pó multicolor choveram na janela como se estivessem bloqueando a vista.

      Toya sacudiu a cabeça e piscou rapidamente antes de olhar para a janela mais uma vez, apenas para encontrá-la agora vazia.

      â€” Que merda foi essa?

      Sentindo-se mais do que um pouco enervado, ele saiu da cama e foi até a janela. Olhando para fora, ele foi saudado com apenas sombras e escuridão. Inalando profundamente, ele franziu a testa percebendo um perfume incomum persistente que ele não reconhecia.

      Um grunhido irritado escapou de seus lábios enquanto tentava identificá-lo. Decidindo que talvez fosse apenas a sua imaginação exagerando devido aos eventos daquela noite, ele verificou uma vez mais para ter certeza de que não era nada.

      Temporariamente satisfeito de que era mesmo desvanecimento, ele se arrastou de volta para a cama com Kyoko, mantendo um olho aberto por um tempo, só para garantir.

      *****

      Kotaro ficou embaixo da janela de Kyoko sentindo a presença do vampiro que ele encontrou no beco ao lado da boate. Embora ele não tenha dado uma boa olhada no andarilho noturno, ele tinha certeza de que era Kyou. Ele podia sentir o poder frio e silencioso de Kyou e era algo que ele não queria que estivesse em nenhum lugar perto de Kyoko. Kyou era um enigma e não podia ser confiável.

      Com um grunhido, sua velocidade inigualável levou-o ao segundo andar, do lado de fora da porta de Kyoko, em um piscar de olhos.

      Olhando, ele se acalmou um pouco quando sentiu o perfume de Kyoko, forte e recente. Ele confirmou "sem sanguessugas dentro de casa", mas um grunhido irritado escapou de seus lábios quando captou o aroma de Toya, tão fresco quanto o de Kyoko. Toya também entrou no apartamento, mas não voltou. Colocando a mão na maçaneta da porta, Kotaro virou-a e descobriu que estava quebrada.

      Quebrada, mas aparafusada. - Mas que... rosnou ele com raiva da evidência de que a porta fora forçada.

      Kotaro segurou sua mão em sua frente, observando enquanto as garras se estendiam e diminuíam nas pontas. Não existia fechadura que ele não pudesse abrir e a fechadura de Kyoko não era nada adequada. Kotaro sorriu arrogantemente enquanto colocava sua garra na fechadura. Mexendo ligeiramente, ele ouviu um clique satisfatório.

      Com o sigilo de uma sombra, ele entrou no apartamento, fechando a porta suavemente.

      Ouvindo nada além de silêncio, seguiu o caminho que o aroma de Kyoko tinha deixado para ele. Um momento depois, ele encontrou-se de pé na porta do quarto. Seus olhos azuis e abrasadores, afiados como uma lâmina, concentraram-se na sensação desconfortável que atravessou seu corpo.

      Não sabendo o que acharia do outro lado, ele lentamente abriu a porta.

      *****

      Kamui decidiu ficar invisível enquanto via Kotaro entrar no apartamento de Kyoko. Não era como se estivesse se escondendo de seu amigo, não, não era isso de jeito nenhum. Mas sabendo quem estava na cama de Kyoko no momento, bem ... ele achou melhor ficar invisível em vez de se tornar um alvo se a casa caísse.

      Ele tinha feito o que podia para manter Kyoko segura durante toda a noite, mas no que tangia Toya, o guardião de prata estava sozinho nessa. Kamui silenciosamente se contorceu quando Kotaro abriu a porta do quarto.

      A visão que cumprimentou Kotaro era quase mais do que ele podia compreender. Deitado na cama estava aquele cão imundo, Toya! Segurando-a como se ela pertencesse a ele e a ninguém mais. Seus braços estavam bem envoltos no corpo inconsciente dela e um sorrisinho satisfeito enfeitava seus lábios.

      Um grunhido escapou de Kotaro enquanto avançava sobre o casal perdido em seus próprios sonhos.

      - Seu ladrão sem vergonha! - Os pensamentos de Kotaro rugiram em