Блейк Пирс

Cobiçadas


Скачать книгу

caso de suicídio na sua escola esse ano,” Disse Riley.

      A expressão de Autrey ensombreceu um pouco. Não disse nada.

      Antes de sair de casa, Riley fizera alguma pesquisa sobre os dois suicídios de que Tiffany falara.

      “Deanna Webber e Cory Linz ambas se terão alegadamente suicidado no último semestre,” Disse Riley. “A morte de Cory aconteceu aqui mesmo no campus.”

      “Alegadamente?” Perguntou Autrey. “Parece-me uma palavra infeliz. Não ouvi nada que indicasse tal evidência.”

      Virou o rosto ligeiramente para longe de Riley, como se fingindo que ela não se encontrava ali.

      “Senhora Paige…” Começou Autrey.

      “Agente Paige,” Corrigiu Riley.

      “Agente Paige… Tenho a certeza que uma profissional como você está consciente de que a taxa de suicídio entre alunos universitários aumentou nas últimas décadas. É a terceira causa de morte entre pessoas do grupo etário em questão. Existem mais de mil suicídios em universidades todos os anos.”

      Parou, como se para deixar os factos serem absorvidos.

      “E claro,” Disse, “algumas escolas experimentam esse tipo de fenómenos num dado ano. Byars é uma escola exigente. É uma infelicidade, mas quase inevitável que tenhamos a nossa parcela de suicídios.”

      Riley reprimiu um sorriso.

      Os números que April tinha pesquisado há alguns dias iam ser muito úteis.

      April gostaria, Pensou.

      Riley disse, “a média nacional de suicídios em universidades é de cerca de 7.5 por cada cem mil alunos. Mas apenas este ano, três das suas alunas de um total de setecentos se mataram. Isso é um número cinquenta e sete vezes superior à média nacional.”

      Autrey ergueu as sobrancelhas.

      “Bem, como presumo que saiba, existem sempre…”

      “Exceções,” Disse Riley, suprimindo novamente o sorriso. “Sim, sei tudo sobre exceções. Ainda assim, a taxa de suicídio na sua escola parece-me excecionalmente… infeliz.”

      Autrey desviou o olhar em silêncio.

      “Reitor Autrey, tenho a impressão de que não está muito satisfeito por ter uma agente do FBI aqui a fazer perguntas,” Disse Riley.

      “Na verdade não estou,” Disse ele. “Devia sentir o contrário? Isto é uma perda do seu e do meu tempo, e também do dinheiro dos contribuintes. E a sua presença aqui pode dar a impressão de que algo está errado. Garanto-lhe que não há nada de errado em Byars.”

      Debruçou-se sobre a mesa na direção de Riley.

      “Agente Paige, a que ramo do FBI pertence exatamente?”

      “À Unidade de Análise Comportamental.”

      “Ah. Aqui próximo em Quantico. Bem, não vai deixar querer de terpresente que muitos dos nossos alunos são provenientes de famílias políticas. Alguns dos pais têm considerável influência no governo – FBI incluído, calculo. Tenho a certeza que eles não gostariam de ter conhecimento de algo do género.”

      “Algo do género?” Perguntou Riley.

      Autrey girou na sua cadeira.

      “Pessoas dessa estirpe poderão ser propensas a efetuar uma reclamação junto dos seus superiores,” Disse ele com um olhar pleno de significado.

      Riley sentiu algum desconforto.

      Ela partiu do princípio que ele adivinhara que ela não se encontrava ali oficialmente.

      “O melhor é mesmo não criar perturbação onde ela não existe,” Continuou Autrey. “Apenas faço esta observação para seu benefício. Detestaria que tivesse problemas com os seus superiores hierárquicos.”

      Riley quase riu a bandeiras despregadas.

      Ter problemas com os seus superiores hierárquicos era quase uma rotina para ela.

      Assim como ser suspensa ou despedida e depois novamente recolocada.

      Era algo que não assustava Riley nem um pouco.

      “Estou a ver,” Disse ela. “Tudo para não manchar a reputação da sua escola.”

      “Fico contente por concordarmos,” Disse Autrey.

      Levantou-se, obviamente à espera que Riley se fosse embora.

      Mas Riley ainda não estava pronta para se ir embora – ainda não.

      “Obrigada pelo tempo despendido,” Disse ela. “Ir-me-ei embora assim que me fornecer o contacto das famílias das raparigas que cometeram suicídio.”

      Autrey ficou a fitá-la. E Riley fitou-o sem se mexer na cadeira.

      Autrey olhou para o seu relógio. “Tenho outra reunião. Tenho que ir.”

      Riley sorriu.

      “Também estou com alguma pressa,” Disse ela, olhando para o seu relógio. “Por isso, quanto mais cedo me fornecer essa informação, mais cedo nos poderemos despachar. Eu aguardo.”

      Autrey franziu o sobrolho, depois sentou-se novamente em frente ao computador. Digitou qualquer coisa e depois a impressora começou a funcionar. Entregou uma folha com a informação solicitada a Riley.

      “Lamento mas terei que efetuar uma reclamação junto dos seus superiores,” Disse ele.

      Riley permaneceu imóvel. A sua curiosidade crescia.

      “Reitor Autrey, acabou de mencionar que Byars já teve a sua quota-parte de suicídios. Estamos a falar de quantos?”

      Autrey não respondeu. O seu rosto corou de raiva mas manteve a coz firme e controlada.

      “O seu superior na UAC terá notícias minhas,” Disse ele.

      “Claro,” Disse Riley com educação calculada. “Obrigada pelo seu tempo.”

      Riley saiu do gabinete e do edifício da administração. Desta vez, o ar frio foi revigorante.

      A ambiguidade de Autrey convenceu Riley de que esbarrara com um ninho de problemas.

      E Riley prosperava perante os problemas.

      CAPITULO SEIS

      Assim que Riley entrou no carro, começou a vasculhar as informações que o Reitor Autrey lhe tinha fornecido. Pormenores sobres a morte de Deanna Webber começavam a regressar à sua memória.

      Claro, Lembrava-se das histórias recolhidas no telemóvel. A filha da congressista.

      A congressista Hazel Webber era uma política em ascensão, casada com um proeminente advogado do Maryland. A morte da sua filha tinha estado nos jornais no último outono. Riley não prestara muita atenção à história na altura. Mais parecia bisbilhotice indecente do que verdadeiras notícias – o tipo de coisa que Riley considerava dizer apenas respeito ao foro familiar.

      Agora pensava de forma diferente.

      Encontrou o número de telefone do gabinete de Washington da congressista Hazel Webber. Quando ligou, uma rececionista com um tom eficiente atendeu.

      “Sou a Agente Especial Riley Paige da Unidade de Análise Comportamental do FBI,” Disse Riley. “Gostaria de marcar uma reunião com a congressista Webber.”

      “Posso perguntar qual o assunto?”

      “Preciso de falar com ela sobre a morte da filha.”

      Silêncio ocupou a linha.

      Riley disse, “Lamento incomodar a congressista e a sua família por causa dessa terrível tragédia,