sido reforçada a ideia, que ela já tinha tido ao constatar que eles não tinham chegado ao solo, que sua missão tivesse sido tranquilamente de inteiro conhecimento do Comando do astroporto.
Um certo Paul Ricoeur, soldado do pelotão de infantaria da Astromarinha que foi deslocado para a nave com deveres de proteção, tinha tomado o seu lugar no disco junto com a Comandante, com Valerio Faro e com a Sargenta-pilota Jolanda Castro Rabal. Cada um dos quatro tinha um paralisador individual consigo.
Quando chegaram ao solo, tinham visto, congelando, que na baliza que encima a torre do astroporto de Roma destacava-se a bandeira da Alemanha nazista, em vez do estandarte turco habitual com as estrelas douradas dispostas em círculo dos Estados Confederados da Europa.
A Comandante ordenou à pilota: "Jolanda, permaneça no disco, mantenha a pré-ignição e esteja pronta para decolar", então, ela desembarcara com os outros. Eles entraram no edifício do astroporto. Aqui, o trio pôde cruzar com vários símbolos nazistas; entre outras coisas, deparava-se com um grande baixo-relevo comemorativo que exaltava ‘Adolf Hitler I, Guia e Imperador da Terra e Conquistador da Lua'; e ouvindo as pessoas que se encontravam falando entre si em alemão e vendo algumas delas saudarem-se como no terceiro Reich, com os braços estendidos, os três tinham verificado, sem dúvida, que eles estavam em uma sociedade politicamente muito diferente da deles, em que não tinha lugar a democracia vívida que tinham deixado em sua partida, mas era o nazismo a dominar.
Enquanto o grupinho retornava sobre os próprios passos, Margherita sussurrara, hesitante, aos dois companheiros: "poderia tratar-se de um problema desencadeado por nós mesmos por um mau funcionamento do dispositivo Cronos".
Assim que a bordo da navezinha, ela ordenou que a piloto voltasse à nave.
Nos poucos minutos que levou para chegar à nave, o pensamento de todos tinham ido para as respectivas famílias; eles haviam se perguntado se seus entes queridos iriam reconhecê-los e se, mesmo, neste mundo eles estariam lá: Margherita tinha deixado em nossa Terra pai, mãe e a irmã mais nova, também ela engenheira, mas civil e titular de estúdio profissional, Valerio, a mãe, um irmão casado e dois sobrinhos ainda crianças; a pilota, o marido; o soldado, a esposa e uma filha.
De certo havia apenas que essa desordem temporal não tinha tido efeito sobre a tripulação e os passageiros da cronoastronave, de modo que ninguém se tinha envolvido, talvez nem mesmo psicologicamente, na nova sociedade nazista.
A comandante prometeu recolher, assim que a bordo, notícias sobre esta nova desconhecida Outra Terra conectando-se, através de um dos computadores principais da nave, a um arquivo histórico: cautelosamente, no entanto.
No momento de sair do disco na astroarremetida, Valerio Faro tinha dito a ela: "Eu tenho pensado sobre isso, Margherita, e talvez você esteja errada: o problema pode ter dependido não de nossa nave na reentrada, mas de um charuto em exploração no passado; e talvez seja precisamente devido à grande distância da Terra da nossa 22 durante a mudança histórica que não fomos afetados por ela.
"Hum..." pôs-se a considerar ela em um gemido.
Retomou ele: "Margherita, apesar dos grandes cuidados que a lei impõe para viajar no passado da Terra, a certeza absoluta de que o futuro não seja modificado não pode existir. O que é que você diz disso? Não é talvez possível que o dano tenha vindo do charuto 9? Você se lembra – não é? – de que apenas uns dois dias antes de nós nos lançássemos ao voo pelo 2A Centauri, ele tinha saltado na Itália em 1933, com a equipe histórica do professor Monti?”
"Talvez você tenha razão."
Na verdade, mesmo que, até então, nenhuma missão histórica tivesse interferido com os acontecimentos da Terra tendo cada uma sempre cumprido as ordens do governo para não interferir, todavia, um acidente não era totalmente impossível, tanto que, como a História recordava, mesmo a primeira cronoexpedição histórica tinha arriscado um problema temporal: um seu disco, quando em 1947 estava na exploração de baixa altitude sobre o Novo México, tinha sido avistado e marcado por uma formação de bombardeiros da USAF e atingida, pouco depois, por um ataque antiaéreo pela força aérea explodindo nas proximidades. A navezinha, embora danificada, tinha conseguido pousar em uma localidade desértica perto de Roswell, e os quatro ocupantes tinham sido prontamente embarcados por outro disco e colocados a salvo. Nenhuma agitação temporal tinha acontecido somente graças a um dispositivo especial de que eram equipadas todas as naves de transporte e que tinha sido posto em operação pelo piloto antes de abandonar o veículo: um dispositivo que tivesse derretido cada parte útil a todo o trabalho de retroengenharia, de modo que o refugo recuperado não poderia servir às forças armadas dos Estados Unidos.
Também era sabido que a cronoastronave 9 não era assim tão recente, como denunciava seu baixo número de série, então, não eram inverossímeis falhas súbitas, apesar dos trabalhos de manutenção constantes.
Assim como Faro supunha, de acordo com os oficiais da engenharia da 22, a nave e seus seres humanos não tinham sido afetados pela volta no tempo – como Margherita a tinha chamado – porque o charuto tinha-se encontrado além do espaço-tempo em torno de 2A Centauri; e isso os fazia supor, sempre como Valerio tinha pensado, que a desordem temporal não tivesse sido causada pelo charuto, mas por outra crononave que, em um tempo antes de 2133, tinha acidentalmente mudado o futuro devido a algum infortúnio.
A comandante concordou finalmente que, se a calamidade tivesse dependido da cronoastronave 22 ao reentrar em órbita, também ela, com todas as gravações de seus computadores e com os seres humanos que transportava, teria sido verossimilmente transmutada tornando-se parte do mundo nazista.
Tratava-se de saber agora quantas e quais expedições históricas, depois daquelas já certamente reentradas antes que charuto 22 tivesse deixado o nosso mundo, tinham saltado para o passado durante o breve lapso de tempo transcorrido na Terra entre a partida e o retorno da nave de Margherita: apenas a do professor Monti e da sua equipe com a nave 9, ou mesmo outros?
Havia, no entanto, a considerar, como Valerio tinha apontado depois de refletir mais, uma eventualidade diferente da de um único universo alterado por um acidente, a de universos paralelos: tratava-se da conjectura séria de tantos cosmofisicos, ao longo das décadas sobre as teorias mais disparatadas sem, todavia, conseguirem verificar qualquer uma delas experimentalmente; se tal hipótese tivesse sido verdadeira, então, não teria havido uma volta no tempo com uma modificação do futuro da Terra, mas a cronoastronave 22 teria saltado em algum momento, devido a um erro de manobra ou a uma falha do aparelho Cronos, dentro de um universo paralelo muito próximo ao da Terra, um outro Cosmos onde havia uma Outra Terra nazista em vez de nosso mundo; e, neste caso, de certa forma, teria sido verdade o que Margherita temia: a causa teria sido a própria nave.
Isso tinha sido discutido.
Valerio tinha dito em um certo ponto: "Suponhamos uma pluralidade incomensurável de universos, cada um tendo uma única decisão baseada no seu nascimento; por exemplo, um cosmos deriva da minha resolução de ir a um determinado lugar onde me espera um acidente que me mata, enquanto que, se eu não for, eu permaneço vivo e aquele universo não surge; bem, como historiador e como filósofo, eu me pergunto se a multiplicidade de cosmos permanece apenas hipotética e é real sempre e apenas um único universo originado, gradualmente, a partir das decisões realmente tomadas e dos fatos realmente acontecidos, ou se os universos paralelos existam realmente todos e, em particular, se cada pessoa se encontra vivendo em muitos deles, isto é, sendo um eu para cada escolha possível de sua vida ou de outros e para cada evento influente, e, portanto, ela exista em cada Terra e Outra Terra novamente e assim por diante. Cada um desses fatos ou decisões cria um universo novo, real ou não? Quanto a nós, neste mundo nazista, existem os nossos alter egos?"
O antropólogo Jan Kubrich interveio: "Vamos ver se eu entendi corretamente, Valerio: por exemplo, em um caso, cai na cabeça de um pedestre de um peitoril um vaso de flores e mata-o, aquela pessoa acaba de morrer e não há um outro universo em que ela, por sua vez, não seja atingida e permaneça viva, e esta segunda possibilidade, portanto, continua a ser meramente hipotética; no outro caso, entretanto, há dois paralelos cosmos concretos, onde respectivamente o vaso cai e não cai,