Amy Blankenship

Atração


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as suas palavras. Quando Micah pestanejou, Michael disse-lhe que iria manter o paradeiro de Alicia em segredo até que ele pudesse ir atrás dela.

*****

      Trevor parou o carro em frente ao Moon Dance antes de o fazer embater contra o parque. Ver Envy ferida tinha-lhe tirado dez anos de vida… ou pelo menos foi assim que se sentiu. O facto de ela ter sido alvejada daquela maneira só confirmava que ele tinha feito a coisa certa ao impedi-la de saber a verdade sobre o mundo paranormal e do seu envolvimento com ele por tanto tempo. Ao preservar os seus segredos, tinha-a mantido fora da zona de perigo.

      “Lar doce lar,” resmungou sem olhar para eles. Saindo de trás do volante, Trevor deu a volta ao carro para ir abrir a porta para Envy, mas Devon chegou primeiro.

      Devon lançou um olhar diabólico a Trevor quando este os seguiu até ao interior da casa, mas não disse nada. Devon odiava o facto de estar em dívida para com Trevor por este ter salvado Envy… mas odiava ainda mais por ser Trevor a quem ele devia esse favor.

      “Não é preciso entrares connosco,” propôs Envy, tentando dispersar o ar tenso à volta dos dois homens. Até lhe lançou um pequeno sorriso e um aceno de cabeça para que soubesse que ela não estava só a ser má, mas que agradecia realmente a sua ajuda.

      Os olhos de Trevor se suavizaram quando trocou um olhar com Envy. “Sentir-me-ia melhor se soubesse que estão a cuidar bem de ti.”

      Envy sentiu-se encolher por dentro… sem dúvida de que aquilo não era a coisa mais apropriada para dizer.

      “Estás a dizer que não posso tomar conta da Envy?” Devon parou e exigiu saber assim que chegaram às escadas que davam para os aposentos.

      “Não com essas palavras,” Trevor respondeu enquanto seguia Envy pelas escadas acima.

      Os olhos de Devon alargaram-se e correu escadas acima atrás de Trevor, empurrando-o com força contra a parede. “Então explica-me lá, ursinho carinhoso.”

      Trevor encolheu-se contra a parede. “Com certeza, gato bravo… És uma porcaria!

      “Vai para o inferno!” Devon rosnou alto.

      “Estou a ter um flashback dos desenhos animados da manhã de sábado a vir aí,” murmurou Envy e esfregou a testa. “E que tal vocês os dois pararem de pulverizar testosterona por todo o lado e se portarem bem para variar? Estou com uma enorme dor de cabeça, dói-me imenso o braço e a última coisa que preciso é que comecem a discutir para ver quem é o melhor.” Olhou para Trevor. “Cala-te ou vai para casa, neste momento não me interessa qual.”

      Devon fez um sorriso gozão até que Envy virou o seu olhar furioso para ele. “E tu… tenho o direito de negar-te gatinho. Continua assim e limitar-te-ás a miar do outro lado da vedação.”

      Tabatha estava há algum tempo à espera de ouvir alguma coisa quando ouviu Devon mandar Trevor para o inferno. Abriu a porta mesmo a tempo de ver Envy a repreendê-los e não pôde deixar de rir. Pelo menos já não estava só.

      “Os rapazes estão outra vez a portar-se mal?” Tabatha perguntou.

      “Nem fazes ideia,” resmungou Envy enquanto entrava no escritório de Warren com Trevor e Devon, agora silenciosos, atrás de si.

      Envy tirou o casaco dos ombros e os olhos de Tabatha se arregalaram ao ver a ligadura ensanguentada à volta do seu braço. Começou a ter um flashback dela e Envy a serem feitas de reféns por Raven e o seu gangue de sanguessugas, mas afastou forçosamente aquela visão fechando-a à chave no seu cofre mental.

      “Será que um de vocês os dois pode ir buscar o estojo de primeiros socorros?” Tabatha perguntou enquanto dava uma vista de olhos a Envy para se certificar de que o ombro era a única lesão.

      “Eu vou buscar,” respondeu Devon, entrando na casa de banho de Warren.

      “O que aconteceu?” Tabatha exigiu saber quando desembrulhou a ligadura e viu por onde a bala tinha passado de raspão no braço da amiga.

      “Levei um tiro, fui rosnada, quase arranhada e quase superei uma explosão,” disse Envy arreganhada, mas o seu sorriso logo desapareceu quando notou o olhar de preocupação no rosto da amiga. “Estou bem, juro,” acrescentou rapidamente.

      Ignorando Envy, Tabatha olhou para Devon quando ele regressou ao quarto. “Onde raio é que estavas quando a Envy foi alvejada?” Não se conteve. “Esta é a minha melhor amiga e era suposto tomares conta dela!”

      Trevor riu interiormente, satisfeito por alguém além dele estar finalmente a dar uma verdadeira reprimenda a Devon.

      “A lutar pelas nossas vidas,” disse Devon em sua defesa. “Não conseguia chegar até ela, mas aqui o Winnie the Pooh conseguiu tirá-la de lá.”

      “Isso foi depois da Hello Kitty ter deixado que ela se separasse dele,” terminou Trevor, tentando não dar uma gargalhada ao pensar que Devon ainda achava que ele continuava a ser um homem-urso… se Devon sequer soubesse a verdade sobre o que ele realmente era… A sua vontade de rir dissipou-se quando o seu olhar voltou a Envy. Se Devon soubesse a verdade, então Envy também saberia, e ele estava farto de ser envolvido nas suas mentiras por ela.

      Tabatha e Envy trocaram um olhar resignado e Envy murmurou a palavra ‘socorro’ sabendo que Tabatha iria entender.

      “Ei Trevor, podes dar-me boleia até casa?” Perguntou Tabatha, tentando tirar Trevor da sala antes que Devon lhe arrancasse a cabeça… ou Envy desse cabo dos dois.

      Trevor suspirou e enfiou as mãos nos bolsos. “Claro, vou andando para baixo a ligar o carro.”

      Uma vez que Trevor saiu solenemente, Envy lançou um olhar de alívio a Tabby. “Obrigada!”

      Tabatha sorriu. “Não me agradeças, porque agora vocês os dois estão a dever-me uma.”

      “Vou dar-te tudo o que tenho!” Devon exclamou com um sorriso.

      “Isso inclui a Envy?” Tabatha perguntou, com os olhos a brilhar.

      “Nem pensar,” Devon respondeu, piscando-lhe o olho.

      Tabatha fez uma cara de desilusão. “Bem, assim não tem piada.”

      Envy riu-se quando Tabatha saiu do quarto toda empinada, batendo a porta ao sair.

      Capítulo 2

      “Põe-me no chão, sua sanguessuga lunática!” Alicia gritou enquanto arranhava as costas de Damon quando ele a atirou por cima do ombro. No momento em que ela se apercebeu que não iam em direção ao Night Light, queria que ele parasse… obviamente, querer e ter eram duas coisas diferentes. “Quero ir ver o Micah!”

      “O Michael mandou-me trazer-te de volta para aqui e é aqui que vais ficar”, Damon ordenou enquanto entrava calmamente no quarto de Alicia. Atirou-a para cima da cama e estremeceu quando as suas unhas lhe deixaram longas marcas nas costas. Rosnando, acrescentou: “Acho que o teu namorado não vai ficar muito desiludido se te atrasares um pouco para o seu lado… da cama.”

      Alicia bufou e tentou sair da cama, mas Damon rapidamente se debruçou sobre ela com as palmas das mãos firmemente plantadas em cada um dos lados dos seus ombros.

      Damon olhou para ela, fitando-a, tentando uma vez mais colocá-la sob o seu feitiço de compulsão. “Bolas, eu disse para ficares!”

      “Não sou um cão, sou um gato, seu…” A mente de Alicia ficou em branco por um segundo enquanto olhava para ele, vendo a forma como os seus cabelos balançavam sobre o seu rosto perfeito. Sentiu algo no fundo do seu estômago despertar de desejo. Baixando o olhar para os lábios dele, usou a única coisa que poderia afastar da sua mente a vontade de o beijar… agressividade.

      “Tu não mandas em mim!” Alicia deu-lhe um murro no peito, mas logo se arrependeu quando Damon apertou os olhos de dor e inclinou-se, ficando ainda mais perto dela.

      “Nunca ninguém te bateu enquanto crescias?” Damon rosnou, começando a suar. Rolou de cima dela, acabando deitado de costas ao seu lado.

      “Isso querias tu.” Alicia