Amy Blankenship

Atração


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bem?” Ela perguntou desconfiadamente, não querendo sentir-se culpada pela sua retaliação.

      Damon abriu os olhos só para ficar cara a cara com uma estúpida ursinha carinhosa. Os seus olhos ametista se estreitaram ao ler… Micah… no colar que ela estava a usar e com a imagem… dele.

      “Estou fino… e tu?” Respondeu, sentando-se e questionando-se porque é que se tinha dado ao trabalho de se envolver com humanos… principalmente com mulheres. Elas só davam problemas. Pondo-se de pé, foi em direção à porta, esperando não fazer nenhuma idiotice como desmaiar. “Se tentares sair desta casa antes do Michael voltar, dou-te a comer àquele ursinho de pelúcia.”

      Alicia olhou para a porta até ele se ter ido embora e depois ergueu uma sobrancelha para o seu ursinho de pelúcia inocente. “Bem, eu sei o que fiz… mas o que é que tu fizeste para o irritar?”

      Ela revirou os olhos e estendeu a mão para ligar a luz do candeeiro. Damon estava com tanta pressa para a atirar para a cama que nem sequer tinham acendido a luz. Estava prestes a agarrar no ursinho, mas congelou quando algo na cama lhe chamou à atenção. Bem ali, no mesmo lugar onde Damon estivera deitado, havia uma mancha vermelha que ainda estava fresca. Ela aproximou a mão e estava prestes a tocar-lhe quando desistiu.

      Levantando-se da cama, Alicia foi até à varanda e escorregou para o outro conjunto de portas de vidro que davam para o quarto de Damon. O que ela viu fez o seu coração ‘espalhar-se’ pelo chão.

      Damon bateu a porta do quarto e arrancou a t-shirt preta, atirando-a para o outro lado do quarto. Enquanto o fazia, várias balas que estavam sobre o interior da sua t-shirt atingiram o chão e as paredes. O seu corpo estava constantemente a expulsá-las para fora da sua carne num esforço para sarar. Ele respirou fundo e olhou para baixo, para os buracos ensanguentados, com grande desgosto. Eram as balas que ainda estavam a ser empurradas que faziam com que os ferimentos não sarassem.

      Vendo uma bala a sair-lhe do peito, puxou o resto dela para fora. Agarrou-se ao poste da cama com a outra mão com tanta força que a madeira começou a rachar e acabou por partir. Se não fosse o sangue de lobisomem que tinha bebido mais cedo, estaria agora de joelhos aos gritos a esvair-se em sangue. Pensando bem, provavelmente não teria escapado daquela mansão.

      O sangue de um ser paranormal era mais poderoso do que o sangue humano, mas era óbvio que se quisesse sarar muito mais depressa teria de ir à procura de mais sangue. Nunca ninguém o tinha acusado de ser paciente.

      Com um gemido, Damon deixou cair no chão a bala que tinha acabado de puxar e foi até ao vestuário buscar outra t-shirt. No entanto, só encontrou alguns pulloveres… tirou o preto do cabide e vestiu-o antes de se dirigir para as portas da varanda.

      Alicia tapou a boca com a mão para evitar gritar quando viu o tamanho do estrago que havia no peito de Damon. Alguns dos buracos das balas continuavam a sangrar e ainda havia um ou outro que continuava a expulsar balas da sua pele. Não admirava que se tivesse encolhido quando ela o atingiu no peito. Sentiu uma pontinha de culpa dominar o seu coração. Como poderia ter sido tão cruel?

      Começou a abrir a porta, mas parou quando Damon se voltou e agarrou numa camisola que estava no armário, puxando-a para fora. Teve vontade de chorar quando viu as suas costas ensanguentadas, que ainda tinham pior aspeto do que o peito. Quantas vezes o tinha atingido nas costas antes de terem chegado ao quarto? Alicia sentiu os joelhos fraquejarem com o pensamento.

      Quando começou a caminhar em direção às portas da varanda, rapidamente deu um salto para o lado e girou, encostando-se contra a parede de tijolos entre as duas portas de vidro. Levando a mão ao seu peito ileso de ferimentos, susteve a respiração e esperou que ele não viesse cá fora e a apanhasse a espiá-lo.

      O seu pânico rapidamente deu lugar à dor… e, em seguida, à raiva e à confusão. Damon tinha-lhe mentido quando a trouxe da mansão… todo aquele sangue era dele. Porque faria uma coisa dessas? Porque é que a protegeria e depois não lhe diria que estava ferido? Ele podia ter morrido… e para quê? Para salvá-la?

      Os olhos de Alicia se arregalaram quando as portas da varanda se abriram repentinamente e Damon saltou para cima do grosso beiral do terraço, lançando o olhar lá para baixo, para a rua. Tentou equilibrar-se no corrimão sólido, mas antes que pudesse fugir, sentiu a presença dela atrás de si. Ele conseguia sentir todas aquelas emoções na presença dela e suspirou… estava cansado e ferido e não queria continuar a discutir mais com ela esta noite.

      “O Michael apagou-lhes da memória o facto de teres estado lá esta noite. Se fores agora a correr para o Micah antes que te chamem… vais estragar tudo aquilo que ele fez para te ajudar. Se não queres ficar cá por mim… então, pelo menos, fá-lo pelo Michael.” Dito isto, Damon voltou-se e pulou da varanda, indo parar lá abaixo, à relva.

      Alicia suspirou e correu para o parapeito de pedra, olhando para baixo enquanto ele tombava às cegas. Os seus olhos se arregalaram e agarrou-se à pedra quando percebeu que o tombo de Damon não tinha sido tão às cegas quanto ela pensava. Os seus braços baleados pareciam estar a puxar as sombras à sua volta… e depois desapareceram antes de ele atingir o chão.

      Alicia procurou por ele na escuridão, pronta para o momento em que o visse, mas não havia nada… nem sequer o som dos seus passos. Sentiu pena dele e do sofrimento em que ele se tinha metido por causa dela esta noite.

      Abraçou-se a si própria, sentindo-se repentinamente mais só do que poderia imaginar, desejando desesperadamente que ele não tivesse partido. Precisava pedir-lhe desculpa… agradecer-lhe e também voltar a bater-lhe por não lhe ter dito que estava ferido. Onde é que ele ia? O que é que os vampiros faziam quando estavam feridos?

      Ele queria que ela ficasse e fizesse o que Michael tinha pedido. Suspirando, decidiu obedecer-lhe por uma vez… mas não o fazia por Michael.

      Afastando-se do parapeito da varanda, Alicia voltou para o quarto e sentou-se na cama. Ficou a olhar para o telefone por um breve momento, perguntando-se o que devia fazer se tocasse. Devia atender? E se não fosse Michael? E se fosse Warren ou Quinn a ligar por causa de Michael e ela atendesse o telefone?

      Damon tinha razão… ela devia-lhes o suficiente para pelo menos esperar até de manhã antes de tomar qualquer decisão ou fazer algum disparate. Lembrou-se da intensidade na voz de Michael quando este disse a Damon que a trouxesse para casa. Ninguém a queria lá esta noite, exceto Damon talvez … mais uma coisa que ela podia agradecer-lhe.

      À espera que o tempo passasse mais rápido, levantou-se e vestiu uma camisa de dormir mais fina. Puxando os cobertores da cama, deitou-se e tentou adormecer. Logo ficou demasiado calor, apesar de ter deixado as portas da varanda abertas para deixar entrar a brisa fresca. Andou às voltas na cama durante quase uma hora até que finalmente levantou uma das mãos para limpar o suor da testa.

      A sua pele estava mais quente do que era suposto, por isso jogou os cobertores para baixo num esforço para refrescar-se. Frustrada, enrolou os cobertores até parecerem uma almofada de corpo e depois rolou para o seu lado, abraçando-a e jogando uma perna por cima da almofada. Começou a balançar-se contra o cobertor, gostando da sensação de a ter entre as coxas e abraçou-a ainda mais.

      Arregalou os olhos quando, de repente, reconheceu aqueles sintomas. Tinha lido sobre isso e já tinha visto uma das suas colegas de escola a passar por isso.

      “Não…” sussurrou, sentindo-se estremecer com aquele pensamento. “Por favor, não posso entrar no cio.”

*****

      Damon correu por entre as sombras, atravessando a cidade em direção aos subúrbios mais sombrios em busca de algo ou de alguém que precisasse de morrer. Tentou afastar Alicia da sua mente, mas parecia que cada minuto que passava perto dela, mais fundo ela se entranhava na sua pele. A parte mais estranha era… que ele gostava de a ter ali.

      Construiu a sua vida sob o facto de não ter de se preocupar com nada… ou com ninguém. Também se orgulhava de ter criado uma regra que lhe permitia ter o que quisesse. Ele queria-a e ela precisava de parar de atiçar o demónio. Quando caiu da varanda, rezou para que ela fosse suficientemente esperta para não o seguir. Felizmente, a rapariga sabia alguma coisa sobre auto-preservação.

      Finalmente