fizessem ultimamente, eles estavam sempre um passo atrás de Hyakuhei e dos seus demónios. Ele fez uma careta, procurando sobreviventes na vila.
– Deve ter havido um pedaço do talismã escondido aqui para ele ter incomodado e destruido toda a vila.
Os olhos dourados de Toya ficaram turvos de preocupação.
– Precisamos ajudá-los. – disse Suki suavemente enquanto entrava na vila com Kamui ao lado dela. Ela inclinou-se para observar uma criança chorando que parecia estar sentada ali, perdida e sozinha.
Por um momento, Toya fechou os olhos perante aquela cena familiar enquanto o seu sangue fervia. Ele sabia que Hyakuhei tinha quase todas as peças do talismã em seu poder e não se importava com quem ele magoava para obter o resto. Afinal, Hyakuhei havia morto o seu próprio irmão. Agora os guardiões estavam a tentar proteger Kyoko do mesmo assassino.
Se Hyakuhei conseguisse reunir todas as peças do cristal, ele seria capaz de quebrar o mundo de Kyoko e levar muitos demónios com ele. Eles não podiam deixar isso acontecer. Ele sentiu um calafrio a percorrer a sua coluna e soube que algo estava errado.
– Kyoko. – a palavra ecoou na sua mente como um aviso.
– Vocês dois, fiquem aqui e ajudem. Eu tenho que ir ver Kyoko, agora! – gritou Toya, arrancando na direção de onde eles vieram. Ele sabia que algo não estava certo … ele podia sentir isso claramente até na sua alma. Ele nunca deveria tê-la deixado sem a sua proteção, não com a do demónio Hyakuhei tão perto. Ele não conseguia se livrar do medo de perder a outra metade do coração.
– Eu não vou deixar ele tocar em ti. – prometeu Toya na sua corrida precipitada para alcançar Kyoko, antes que o perigo o fizesse.
Capítulo 3 ‘Beijo do ciúme’
Kyoko partiu na direção da água quente. Ela estava cansada, dolorida e mal podia esperar para apenas poder relaxar na água fumegante. Ela tropeçou numa pedra e perguntou-se se levaria semanas para recuperar o equilíbrio depois de ficar bêbada apenas uma vez.
– Bolas … Credo, agora eu pareço o Toya. – disse para si mesma com um sorriso.
Shinbe seguiu em silêncio, espreitando por trás das árvores com muita frequência. Ele teve que sufocar o riso que ameaçou escapar dele quando ouviu o comentário sobre ela soando como Toya. Foi ótimo descobrir que ele não era o único no grupo que mantinha conversas completas com eles mesmos. Se ele estava louco, eles formaram um ótimo casal. Ele ficou tempo o suficiente para deixá-la ganhar alguma distância entre eles.
Finalmente, chegando à água quente isolada, Kyoko vasculhou a sua bolsa. Encontrando o que ela precisava, ela organizou os seus suprimentos de banho ao lado da água. Ela rapidamente se despiu, aliviando seu corpo dolorido na água fumegante.
– Umm, isso é tão bom.
Ela fechou os olhos e esfregou as pernas, tentando aliviar o aperto que demorava a sair. Finalmente satisfeita, ela deitou-se na água e ficou completamente relaxada.
Shinbe encostou-se a uma árvore enquanto observava fascinado o ritual diário dela. Ela era graciosa e pura … de repente ele sentiu-se culpado novamente pelas suas ações. Ele virou as costas para aquela cena e colocou a mão sobre o coração, onde a dor parecia diminuir.
Ele não deveria estar aqui … ele não era um bom homem. Ela estava quase a odiá-lo quando ela percebeu o que ele tinha feito com ela. Ele franziu a testa quando o peso no peito se tornou muito mais pesado.
Mas, ainda assim, ele não pôde resistir ao desejo de se virar e olhar com saudade. Ele suspirou ansiosamente enquanto a observava a afundar na água.
– Isso é muito melhor do que a pequena banheira em casa no mundo moderno. – quebrou Kyoko o silêncio enquanto ela olhava em volta. Era mais como uma piscina escondida. Este local era tão tranquilo e isolado. Árvores e pequenos arbustos cercavam a água quente, dando a ela absoluta privacidade.
– A pedra de um dos lados seria agradável para se bronzear. – pensou aleatoriamente com um sorriso. Ela cantarolava satisfeita enquanto flutuava em cima da água.
Depois de flutuar na água por um momento, ela decidiu que seria melhor continuar com a parte da limpeza. Ela ensaboou os cabelos e depois mergulhou na água para enxaguar, chegando a um respingo, apenas para colocar mais coisas no cabelo e fazer de novo. Então, antes de sair, ela tirou um tempo para esfregar as roupas até limpas, esperando que o sol as secasse rapidamente.
Aproximando-se, Shinbe observou atentamente a segurança de um arbusto a cerca de três metros de distância.
Ele observou as curvas do corpo dela.
– Deus, ela era linda … como uma deusa emergindo da água.
Ela amarrou um pano ao redor da parte superior do tronco antes de enrolar um ao redor do cabelo e lentamente ela secou o corpo.
Ele viu-a tomar banho em segredo muitas vezes antes, mas nunca foi capaz de ficar por aqui tempo suficiente para apreciar esta parte. Geralmente alguém vinha procurá-lo antes que ela tivesse tempo de terminar. Ele suspirou enquanto ela passava o pano lentamente pelas suas longas pernas. Cerrando os dentes até doerem quando ela colocou aquelas pequenas peças de roupa que cobriam seus lugares mais preciosos. Isto era tudo o que ele podia fazer para não dar os poucos passos que a colocariam a uma curta distância.
De repente, um som esmagador veio do lado oposto das fontes termais. Shinbe ouviu, e Kyoko também, porque ela ficou parada no lugar. Ambos ouviram atentamente mais sons. Outro galho estalou, mas desta vez veio de um arbusto mais próximo de Kyoko. Ele assistiu em horror enquanto Kyoko caminhava direto para um grande arbusto, segurando a toalha na frente dela como um escudo e chamou-o.
– Ok, Shinbe! Eu sei que és tu!Vem … para que eu te possa dar uma chapada!
Kyoko esperou, olhando para o arbusto cansado. Shinbe era um conhecido mirone. Ela levantou uma sobrancelha em aborrecimento, e ele era o único por aí … O arbusto tremeu suavemente.
– Eu sei que estás aí, e quando Toya descobrir que estás a vigiar-me, ele provavelmente vai te matar. Sem mencionar, tenho certeza que Suki também vai bater em ti.
O arbusto tremeu de novo e uma longa perna preta e ponteaguda saiu de trás dos membros emaranhados.
– O que …!
Kyoko virou-se para correr no momento em que um escorpião demoníaco muito grande saiu detrás da vegetação. Ela correu em direção às suas roupas, onde havia deixado a arco e flecha dentro do saco.
– Kyoko! Abaixa-te!
Shinbe saiu correndo dos arbustos opostos com uma vara grande levantada na mão como uma lança. Ele atirou no demónio. O escorpião de olhos vermelhos viu isso e girou uma perna ao redor, bloqueando a arma pontiaguda e a lançou navegando pelo ar. Aterrou aos pés de Kyoko, quando ela se abaixou para pegar a sua besta. A sua sobrancelha tremeu quando ela percebeu o quão perto isso estava de atingi-la.
Shinbe correu em sua direção, curvando-se para pegar o graveto. Com uma sobrancelha, ele olhou para Kyoko e sorriu torto.
– Porque Kyoko, eu acredito que você está não muito vestida para matar um demónio. O sorriso dele aumentou ao ver o rosto dela. Então o seu olhar tornou-se em puro terror.
Sentindo um frio pressentimento nas costas, Shinbe virou-se, balançando o improvisado graveto descontroladamente quando o demónio do escorpião lançou-se sobre eles. Ele foi capaz de acertar com uma perna peluda, mas a outra atingiu-o de lado, atirando-o para longe de Kyoko. O sangue de Shinbe congelou como o mortal escorpião se aproximou da sacerdotisa.
Ele sabia que a criatura possuída por demónios podia sentir o poder dentro dela. Sabendo que ele tinha que fazer algo rápido, ele usou os seus poderes telecinéticos para erguer uma pedra de bom tamanho e atirou-a com tanta força como ele pôde, sorrindo enquanto atingia o escorpião na cabeça.
O demónio gritou e virou a cabeça para encarar o guardião ferido.
Shinbe