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Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2002 Catherine Spencer
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
O outro lado do amor, n.º 692 - setembro 2020
Título original: The Doctor’s Secret Child
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1348-547-8
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Capítulo 1
A casa pareceu-lhe mais pequena e humilde do que se lembrava. No entanto, o carro azul-escuro que estava estacionado lá fora era novo e caro. Todavia, não acreditava que pertencesse a Dan Cordell. Era demasiado conservadora e prática. De certeza absoluta. Ele era mais Harley’s, o diabo de duas rodas.
Contudo, a voz que a saudou ao entrar em casa de sua mãe era, sem dúvida, a sua, grave e suave.
– Finalmente, dignaste-te a aparecer.
Molly perguntou-se se a emoção seria tão evidente na sua cara como a que ela estava a sentir pelo corpo.
– Óbvio – contestou ao pressionar a mão contra o frio metal, na esperança que isso a fizesse esquecer o quanto o seu coração queimava. – Disseram-me que a minha mãe está muito doente e que precisa de alguém que cuide dela. Foi por isso que voltei.
Dan encolheu os ombros e olhou para Ariel.
– E ela…?
Molly sabia que, tarde ou cedo, teria de responder àquela pergunta, mas não pensava que fosse tão cedo.
– É a minha filha – disse, rezando para que nunca se inteirasse da verdade.
– Isso já eu calculava – disse Dan ao sorrir, com aquele sorriso que, no passado, a fizera esquecer todos os vestígios da educação puritana que lhe dera seu pai. – Como é que ela se chama?
– Ariel – disse Molly ao apertar a filha contra si.
O seu olhar era muito azul e directo, como há onze anos atrás, mas mais terno quando pousou na menina.
– É um nome muito bonito, tal como a pessoa que o tem – Ariel sorriu encantada e Molly sentiu uma pontada de pânico no coração. Será que via alguma familiaridade nos traços da criança? E se algum tipo de intuição lhe dissesse que estava perante carne da sua carne, sangue do seu sangue?
Molly viu a menina a dirigir-se para a cozinha.
– Vai ver o que há no frigorífico. Talvez tenhamos de ir até à mercearia. Vê lá se há leite, pão, ovos e sumo.
Dan observou a criança a afastar-se pelo corredor.
– Não sabia que virias com a tua família – disse Dan.
– E eu não sabia que tinhas as chaves de casa da minha mãe – ripostou ela. – Ou entraste pela janela?
– Sou o médico da tua mãe – contestou. – E telefonei antes de vir.
Molly ficou de boca aberta. Dan Cordell, cujos entretenimentos preferidos, há onze anos atrás, eram andar atrás das mulheres e coleccionar multas por excesso de velocidade, é médico?
– Sim, claro! E eu sou a Anna, a ama dos filhos do rei de Siam!
– Não, Molly. Tu és a filha ausente, a filha que tem vergonha dos seus pais, que preferiu esquecê-los quando casou com um marido rico. Não confundas a realidade com a ficção.
A sua boca soltava insultos tão facilmente como no passado lhe tinha dito palavras bonitas. O comentário sobre o marido rico quase a fez perder o controle, mas aguentou-se. Quem teria inventado tal coisa?
– Muito bem! Se és, de facto, o médico da minha mãe podes dizer-me como é que ela está?
– Suficientemente mal para não poder estar sozinha. Se cair da cama ou das escadas pode ser o seu fim. E já estava mal antes do acidente.
– Como assim?
Dan observou-a com um olhar clínico. Trazia calçadas umas botas de couro e um blusão de caxemira com um capuz em pele.
– Parece-me incrível que precises de perguntar isso. Se tivesses…
– Se não tivesse sido tão má filha não precisaria de perguntar-te, é isso? – interrompeu-o. – Não deixes que a roupa te confunda. Por baixo continuo a mesma rapariga sem vergonha e rebelde que não merecia os pais que tinha.
– Tu é que estás a dizê-lo, não eu.
– Isso é o que dizem todos. Por isso, tive de partir antes de completar os dezoitos anos. Suponho que agora que regressei voltarei a ouvir esse tipo de comentários.
– Foi por isso que tiveste tantos anos sem cá vir?
Molly evitou suspirar. Como revelar-lhe a verdade?