– Não, estão em Milão. Mas trago-as quando voltar. Por agora temos coisas com que nos entretermos por aqui.
Dario continuou a mostrar-lhe a ilha e, finalmente, ancoraram numa baía tranquila.
Colocaram as máscaras e as barbatanas de mergulho, lançaram-se à água cristalina para desfrutar da fauna marinha da zona: cardumes de peixes moviam-se entre as rochas, estrelas-do-mar agarravam-se às rochas vulcânicas, minúsculos crustáceos escondiam-se nas algas…
Quando se aproximaram da entrada da gruta, Maeve viu uma ânfora antiga, relíquia de algum naufrágio que tivera lugar séculos antes.
Depois de mais de uma hora a mergulhar, o sol começava a esconder-se no horizonte e, cansada e contente envolta numa toalha, Maeve apertou-se contra o ombro de Dario enquanto levantavam a âncora e voltavam para casa.
Como sempre, jantaram no terraço. Nessa noite Maeve vestira-se com particular cuidado antes de se juntar a ele. Embora se tivesse divertido, não conseguira o resultado que esperava. Não se recordava de ter estado ali antes, assim como não se recordava de se ter casado com Dario e estava decidida a não deixar passar outra noite sem fazer algum progresso.
E se para isso tivesse de seduzi-lo, fá-lo-ia. O fim justificava os meios no seu caso… embora não necessitasse de justificação. Afinal, Dario era o seu marido e praticamente admitira sentir-se tão frustrado como ela por não ter relações.
Para essa noite escolhera um vestido verde-jade de corte império. Em contraste com a modéstia da manga longa, o decote em bico, preso por um alfinete de pérolas, era muito atrevido. Simples, mas sofisticado, só teria de acrescentar uns brincos de pérolas e umas sandálias de salto como complementos.
– Lei è una visione, mia bella – Dario sorriu ao vê-la.
– Obrigada.
Era evidente que alcançara o seu objectivo porque Dario esteve prestes a derramar o champanhe que tentava servir em dois copos.
– Imagino que estejas cansada. Senta-te enquanto esperamos pelo jantar.
– Porque é que não tomamos um copo na piscina? – sugeriu ela. – Está uma noite linda; a lua parece uma enorme safira.
– Como queiras – murmurou Dario, pegando-lhe na mão e levando-a para o jardim. – Mas tem cuidado com os degraus, não quero que escorregues.
De repente, teve a visão de uma noite e uma rua empedrada. Mas tal como apareceu, desapareceu com a mesma rapidez. Teria sido a sua imaginação?, questionou-se Maeve, com o pulso acelerado. Ou seria um retalho de uma lembrança, de alguma coisa que ocorrera antes do acidente?
Só havia uma maneira de souber.
– Tenho a impressão de já ter ouvido essa frase.
Dario riu-se, dando-lhe o braço.
– Imagino que a ouviste centenas de vezes.
– Porquê? Não costumo escorregar e cair… pois não?
– Não, claro que não. Andas sobre os saltos altos melhor do que ninguém, mas isso não significa que não tenha de cuidar de ti.
Chegaram à piscina e Maeve aproximara-se da prancha de saltos.
– Onde estavas no dia em que tive o acidente?
– A trabalhar – respondeu ele, depois de aclarar a garganta.
– Não te estou a culpar a ti, Dario.
– Mas eu culpo-me a mim mesmo – disse ele, com voz rouca.
Maeve abriu a boca para dizer que não devia fazê-lo, mas fechou-a imediatamente quando lhe ocorreu uma coisa…
– Estás a dizer que ias a conduzir o carro?
– Não, se fosse eu a conduzir, não teríamos tido um acidente e…
– E o quê?
– E não estaríamos aqui sentados… assim.
– Assim como?
– Como irmãos – respondeu ele. – Como amigos, estranhos que se mostram amáveis um com o outro.
– Não gostas desta situação?
– É claro que não gosto da situação! Que homem gostaria?
Maeve aproximou-se um pouco mais, pondo-lhe uma mão no joelho.
– Então porque é que não fazes nada para mudar isso?
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