Brenda Trim

Guerreiro Místico


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fazia ideia do motivo. Claro, era um médico e seu foco era curar pessoas, mas era algo que ia além disso e ele mal conhecia a mulher.

      — Também vejo, a ghra. Aparentemente, agora compartilho suas premonições. Não se preocupe, farei tudo ao meu alcance para ter certeza de que ela está segura – prometeu Zander, pegando o celular e fazendo uma ligação. A magia por trás de um acasalamento surpreendeu Jace. Ele sabia que os Companheiros Predestinados compartilhavam quaisquer habilidades especiais que tivessem um com o outro, uma vez que o acasalamento estivesse consumado, mas nunca havia realmente visto, porque Zander e Elsie foram o primeiro casal acasalado em mais de setecentos anos.

      — O que está acontecendo? – perguntou Jace, lembrando-se da primeira vez que conheceu Cailyn. Ficou imediatamente cativado. Não ficando excitado por mulheres, Cailyn inspirou-lhe uma excitação tão quente e dolorosa que ele perdeu o fôlego. A atração por ela não diminuiu nem um pouco ao longo dos meses. Na verdade, tornara-se mais forte. Na cerimônia de acasalamento de Zander e Elsie, foram necessários todos os seus anos de celibato para manter alguma distância. Só o fato de relembrar o rosto doce e curvas voluptuosas fazia seu corpo enrijecer.

      O suspiro forte de Elsie interrompeu suas reminiscências.

      — Eles estão com ela, Zander, faça alguma coisa – disse, frenética. O coração dele deu um salto e disparou de preocupação por Cailyn.

      — Thane – vociferou Zander ao telefone –, onde você está? – O sotaque escocês de Zander se intensificava com a agitação.

      Jace ouviu a voz de Thane ecoar do outro lado da linha.

      — Estamos bem na saída do Parque Estadual San Bruno. O voo de Cailyn pousou cedo e estamos correndo para alcançá-la.

      — Apresse-se. Minha companheira e eu vimos Aquiel capturar Cailyn. Faça o que for preciso para chegar até ela – ordenou Zander ao guerreiro.

      — Sim, amo – respondeu Thane.

      — Ligue-me quando a resgatar. E, Thane, o fracasso não é uma opção.

      — Eles vão chegar a tempo? – exigiu Jace, depois que Zander encerrar a ligação com o Guerreiro das Trevas de San Francisco. Seu instinto protetor estava em alta. Como curador, o bem-estar dos outros sempre o motivou, mas aquilo era totalmente diferente. Não entendia o motivo, mas precisava chegar até Cailyn e protegê-la.

      — Ela vai morrer? Pensei que ninguém sobrevivia sempre que você tem uma premonição assim – perguntou Jace a Elsie, mudando de assunto assim que o pensamento lhe ocorreu. Ele tremia e não conseguia imaginar a morte de Cailyn. Seu corpo estremeceu e era algo perturbador, para dizer o mínimo. Suas reações a Cailyn eram intensas e continuavam a confundi-lo.

      — Minhas premonições mudaram – explicou Elsie. – Agora, consigo imagens dos eventos que irão ocorrer. Mais cedo, tive uma visão de Cailyn sendo perseguida por escaramuças que a tiravam da estrada. Então Aquiel a agarrou dos destroços do carro. Há uma urgência me atingindo que me diz que estamos em uma corrida contra o tempo.

      Aquilo foi o suficiente para Jace. Aquiel havia provado ser uma criatura perversa, e as escaramuças eram antigos humanos transformados por um arquidemônio em irracionais máquinas de matar. O pensamento de Cailyn sendo machucada por qualquer um deles fez sua raiva se transformar em fúria.

      — Ryker e Gage estão com Thane? – perguntou Jace sobre os outros Guerreiros das Trevas de San Francisco. Pelo que Elsie descreveu, Thane precisaria de ajuda.

      — Sim, estão. Jax também está com eles. Eles começaram a patrulhar em grupos maiores com o aumento da atividade das escaramuças, e isso está a nosso favor esta noite – respondeu Zander, puxando Elsie para os seus braços.

      — Por que ainda não ligaram? Essa espera está me deixando louca. Ela não pode se machucar – soluçou Elsie. Zander enxugou as lágrimas de seu rosto e a beijou com amor. Jace maravilhou-se pelo o quanto Zander era paciente com a companheira. Ele a segurou e confortou, em vez de destacar que fazia menos de um minuto desde que terminara sua ligação para Thane.

      O pânico fazia com que Jace não conseguisse se sentar, e ele andava inquieto pela sala, de um lado para o outro. Estava com suficiente adrenalina percorrendo as veias para disparar até San Francisco. Faria qualquer coisa para chegar a Cailyn a tempo. Seus instintos de proteção estavam mais fortes do que nunca. Naquele momento, a alma de sua companheira se agitou em seu peito, fazendo-o se perguntar se era possível que Cailyn fosse sua Companheira Predestinada.

      Ele descartou a ideia, sem pensar duas vezes. A Deusa nunca amaldiçoaria uma mulher tão celestial como Cailyn com um companheiro como ele. Ele não servia para ser um companheiro. Lady Angelica cuidara disso.

      A linha principal tocou e Zander apertou o botão do viva-voz antes de Jace dar um passo.

      — Guerreiros das Trevas – vociferou Zander.

      — Aqui é Thane. Estamos no local do acidente. No momento em que saímos das árvores, o demônio zombou de nós, agarrou a fada e desapareceu. Estamos com as mulheres. A irmã da rainha está viva, mas ferida. A amiga dela tem uma óbvia mordida de demônio no pescoço. Como deseja que procedamos? Normalmente, deixamos as equipes médicas humanas assumirem o controle neste momento. Quer que chamemos uma ambulância?

      Jace parou, petrificado, enquanto a ansiedade sobre Cailyn o dominava. Ficou aliviado ao ouvir que ela estava viva, mas saber que estava ferida fez seu coração despencar.

      — Um hospital humano seria uma má ideia – deixou escapar, antes que alguém pudesse responder. — Acredite em mim, esta situação vai trazer muita atenção para o reino. Devemos cuidar disso nós mesmos. – Ele se virou para Zander, com a determinação o dominando. – Preciso ir até elas – declarou. Ninguém o impediria de ir até onde Cailyn estava.

      — Concordo. O caminho mais rápido será o portal para Basketane – ressaltou Zander, referindo-se ao complexo de San Francisco. — Você acha que pode aguentar o dreno de energia? Não sabemos a extensão dos ferimentos delas.

      — Farei o que for preciso para chegar até ela o mais rápido possível e vou curá-la… mesmo que isso me mate – prometeu Jace, ignorando os suspiros chocados e olhares questionadores.

      — Envie uma mensagem para Gerrick e diga-lhe para retornar – disse Zander, poupando Jace de quaisquer explicações adicionais. Jace enviou uma mensagem para Gerrick e Killian, companheiros feiticeiros, antes de Zander terminar de falar. A resposta deles foi instantânea, fazendo com que Jace praguejasse, enquanto disparava outra mensagem.

      — O que foi? – perguntou Zander.

      — Eles estão a quinze minutos de distância. Vou ter que fazer isso sozinho. – Eles não tinham tanto tempo assim. Precisava chegar lá, naquele momento.

      — Leve as mulheres de volta para Basketane – disse Zander, no viva-voz, sustentando o olhar de Jace, firme.

      — Estamos levando-as agora e estaremos esperando por você – respondeu Thane.

      — Estaremos aí em breve. Gerrick está a cinco minutos daqui e eles irão estabelecer o portal imediatamente após o retorno dele. Envie outra equipe para limpar a cena do acidente. Não queremos que as autoridades humanas se envolvam – instruiu Zander.

      O suor escorria da testa de Jace e seu coração estava acelerado. Ouviu Zander confortar Elsie e os outros que haviam se juntado a eles discutirem aquela virada nos acontecimentos. Jace estava pior do que Elsie havia estado, buscando ouvir Gerrick ou Killian a cada dez segundos. Ficar sentado, esperando, não era algo que Jace sabia fazer bem. Precisava agir. Outra volta pela sala não ajudaria. No momento em que pensou que iria enlouquecer, Gerrick entrou pela porta da frente.

      Jace correu para as portas duplas.

      — Vamos, Gerrick. Você pode se atualizar a respeito mais tarde. Precisamos lançar um portal para Basketane. Agora! – retrucou, quando Gerrick não fez nenhum movimento para ajudá-lo.

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