Amy Blankenship

A Posse De Um Guardião


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contra o topo da sua cabeça antes de se virar para deixá-la pensar sobre a sua punição.

      – Hyakuhei também é um guardião. – Kyoko sussurrou desafiadoramente sabendo que ele poderia ouvi-la mesmo que ele não reconhecesse isso.

      Parte dele sabia que ela estava certa, mas não estava disposto a admitir isso para ela. Ele queria ficar furioso com o mero pensamento de Hyakuhei tocá-la como ele tinha feito, mas se conteve. Ele precisava colocar espaço entre eles, a fim de manter a sua própria paixão sob controle. Ele voltou a sua atenção para a janela.

      Ele podia sentir os demónios a se aproximarem das suas terras por todos os lados. Hyakuhei tinha descoberto onde ele estava mantendo a sacerdotisa? Não... ele apenas os tinha enviado em busca dela. Ele olhou para trás em Kyoko não querendo que nada interferisse. Ele iria detê-los antes que chegassem mais perto de suas posses.

      Kyou se moveu quase rápido demais para o olho humano e quando Kyoko olhou para ele... ele se foi.

      Capítulo 5 – Asas Negras

      Toya olhou para o norte enquanto voava. As suas asas de prata translúcidas dançavam à luz da lua, as penas aparentemente delicadas tremulando ligeiramente. Ele precisava encontrar Kyoko o mais rápido que pudesse. Esquadrinhou a área se perguntando onde procurar primeiro, quando a fumaça crescente ao longe chamou a sua atenção.

      – Uma vila? – Toya se virou naquela direção se perguntando por que Kyou permitiu que humanos vivessem nas suas terras.

      Kyou odeia todos os humanos... Os pensamentos de Toya pararam... Kyoko é humana. Os seus lábios se estreitaram com o ponto discutível.

      Ao se aproximar da aldeia, percebeu que havia fumaça demais para sair dos fogões. A aldeia estava com problemas. Ele rapidamente examinou a área, sentindo demónios no meio das chamas que agora via.

      O que os demónios estavam a fazer no território de Kyou? Espalhando os seus sentidos para além da aldeia, Toya percebeu que os demónios cruzavam as fronteiras das terras do norte em vários lugares... não apenas aqui. A cor dos seus olhos se transformou em prata derretida.

      – Hyakuhei... ele sabe que Kyoko está aqui em algum lugar. – Toya cuspiu as palavras com raiva ao ouvir o grito do humano abaixo dele. – Droga! Eu não tenho tempo para isto. – ele rosnou enquanto sacava as suas adagas com a intenção de livrar a pequena vila das feras antes que elas pudessem causar mais danos.

      Toya voou sobre a aldeia e abruptamente puxou as suas asas para perto... os apêndices emplumados desaparecendo quando ele pousou sobre um joelho no centro do que parecia ser a praça da aldeia. Erguendo a cabeça, ele rosnou para os demónios que se aproximavam dele.

      – Parece que a maioria da população humana fugiu. – ele rosnou e se levantou, girando as adagas entre os dedos. – Vamos, suas vadias. Vamos ver como vocês me enfrentam!

      Toya sorriu quando dois demónios vieram para ele de lados opostos. Ele esperou até o último momento antes de se esquivar para fora do caminho, forçando os dois a se chocarem, batendo as suas testas na sua animação para apanha-lo. Colocando as mãos no chão, Toya chutou as pernas para cima, acertando cada um no queixo para mandá-los esparramados.

      – Tão estúpidos como sempre. – ele murmurou já entediado. Um demónio de aparência horrível voou de cima e Toya rolou para longe, errando por pouco as suas garras afiadas nas suas costas. Levantando-se, ele se inclinou para trás a tempo de perder as garras de outro demónio... perdendo vários fios de cabelo e arrancando a camisa no processo.

      Ele mergulhou a sua adaga de gelo no peito do demónio e sentiu uma onda de satisfação quando o monstro se transformou em gelo com o poder da arma. Uma sensação de ardente inflamou o seu lado esquerdo, fazendo-o gritar de dor e raiva. O demónio voador tinha retornado e cravado as suas garras logo abaixo das suas costelas. Puxando a adaga do corpo congelado, ele bateu a adaga de fogo contra os seus lábios e se virou para os demónios que não perceberam que tinham acabado de assinar as suas sentenças de morte.

      Os seus lábios se separaram ligeiramente lembrando um beijo e fogo explodiu da sua boca incendiando o demónio alado. Girando graciosamente num pé, o pé direito de Toya deu a volta e atingiu o demónio congelado... quebrando-o.

      – Vai ser uma confusão quando descongelar. – Toya disse com um toque de orgulho.

      Virando-se para os restantes demónios reunidos, ele ergueu as adagas rapidamente e assumiu uma postura de combate. Os seus sentidos estavam vivos com a emoção da batalha e ele estava tirando algumas das suas frustrações. Cada demónio à volta dele começou a mudar e de repente ele viu Kyou parado no lugar deles.

      – Oh, você está apenas PROCURANDO me irritar regiamente! – ele exclamou.

      Os demónios restantes atacaram simultaneamente enquanto Toya se agachava, preparando-se para o ataque. Garras e aço se encontraram resultando num banho de sangue que deixou Toya encharcado em poucos instantes. A sua roupa foi rasgada quando o inimigo cravou as garras na sua carne, mas Toya não diminuiu a velocidade.

      Se alguém estivesse assistindo, eles teriam testemunhado Toya na sua glória de batalha. Apesar das feridas no seu corpo e do sangue derramado, ele era lindo de se ver... quando as suas asas de prata se estilhaçaram, ele se tornou a essência de um anjo letal.

      Os ataques pararam de repente e Toya parou. Ele agora estava ajoelhado sobre um joelho com os braços estendidos para o lado... as adagas firmemente presas nas suas mãos. A sua respiração estava pesada e o seu cabelo de ébano e prata esvoaçava com a brisa. Uma longa franja pendia sobre os seus intensos olhos prateados quase escondendo as suas intenções.

      Depois de alguns momentos de silêncio, os demónios restantes avançaram e Toya rosnou de frustração. Era hora de acabar com isto... esse era o trabalho de Kyou para cuidar das suas terras pelo amor de Deus. Trazendo as adagas para a frente, ele as cruzou na frente dele. O poder combinado das armas girava e se contorcia, formando uma esfera brilhante. A esfera começou a crescer e logo o envolveu completamente.

      A explosão seguinte destruiu tudo, incluindo o que restou da aldeia. Toya abaixou as adagas e lenta, mas graciosamente, levantou-se. Inclinando a cabeça para trás, ele olhou para o céu que estava quase todo obscurecido por poeira e detritos. Ignorando o fedor de carne queimada ao redor dele, caminhou pelo solo agora estéril agradecendo aos deuses que estavam lá em cima, que nenhum humano estava vivo à sua chegada.

      É a isso que estamos reduzidos pensou ele com tristeza. Destruindo aldeias apenas para impedir os esquemas doentios e dementes de Hyakuhei.

      Toya suspirou e as suas asas mais uma vez explodiram das suas costas, erguendo-o acima do solo poluído e alto no céu noturno. Kyoko estava esperando por ele para resgatá-la e ele estava determinado a encontrá-la. Enquanto ele desaparecia na noite, uma única pena de prata flutuou até ao chão e pousou nas mãos de uma criança que tinha se escondido e testemunhado tudo.

      Quando os dedinhos se fecharam em torno da pena cintilante... ela desapareceu.

      *****

      Hyakuhei saiu de um vazio não muito longe da caverna. Não seria bom revelar a sua localização secreta... a menos que fosse Kyoko que se juntou a ele. Ele podia sentir Kamui chegando e se perguntou se o rapaz iria chegar tão longe antes de perceber os efeitos de confrontar os seus pesadelos teria sobre ele. Se o menino percebesse a sua inocência se dissolvendo... ele ainda viria?

      O seu cabelo comprido da meia-noite balançava com a brisa fresca enquanto os músculos do seu corpo flexionavam. Saber se Kamui realmente conseguiu... ele teria que lutar contra os seus.

      – Assim seja. – Hyakuhei sussurrou sombriamente.

      *****

      Kamui sentiu o frio gelado do vento arrefecer o fogo que fervia dentro dele. Também podia ver as pontas pretas das suas asas com o canto dos olhos e isso o assustou. Foi por isso que ele enterrou essas memórias. Quanto mais ele guardava as memórias perigosas...