Amy Blankenship

A Posse De Um Guardião


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manter as mãos para si mesmo nesse assunto. – Ela se encolheu.

      – Talvez a razão de Shinbe ter mantido o seu silêncio seja a única coisa que mantém qualquer homem quieto por aquele que eles secretamente adoram... medo da rejeição. – Ele ergueu uma sobrancelha sabendo que falava a verdade.

      Suki olhou para o seu pai como se lhe tivesse crescido uma segunda cabeça. – Você quer dizer que Shinbe ama Kyoko... e nunca teve coragem de dizer-lhe? – O pensamento fez o peito de Suki doer e a vista lacrimejar.

      Suki de repente agarrou a sua cabeça, esfregando o local onde Sennin acabara de acertar o cérebro dela com a sua própria baioneta.

      – Pare de ser idiota, menina. – Sennin murmurou, colocando a baioneta de volta no chão da cabana. – Os jovens e o seu esquecimento. – Ele parou para pensar por um momento... secretamente relembrando sobre os seus próprios momentos “alheios” com a mãe de Suki. – Ah, as memórias.

      *****

      O talismã dentro do mestre dos sonhos ganhou vida quando sentiu Hyakuhei e Kyoko escorregarem dentro das paredes do sono. Foi quando ele ganhou liberdade suficiente para olhar para as duas almas e encontrar coisas que tinham esquecido ou que nunca tiveram o poder de lembrar, o outro lado das suas almas.

      Os olhos negros do demónio do sonho se arregalaram enquanto ele olhava para aquele mundo e trazia as suas vítimas para ele. Mesmo a barreira protetora ao redor da rapariga não era forte o suficiente para mantê-lo fora.

      *****

      Os sonhos eram um enigma estranho, de fato, mas quando você acorda dentro de um sonho, você não sabe mais que ainda está perdido na sua própria mente... isso é além do estranho. Kyoko entrou na mesma névoa, sentindo-se como se ela estivesse envolta num cobertor de calor. Resistindo ao desejo de abrir os olhos, ela se aconchegou mais perto.

      Tudo estava tão quieto, exceto pelo batimento cardíaco que parecia tão forte e calmo pressionado contra o seu ouvido.

      Os seus olhos se abriram sabendo que ela não deveria dormir com ninguém. O olhar assustado de Kyoko entrou em contato com o peito nu. Ela notou os músculos magros sob a pele perfeita e os fios de cabelo comprido e sedoso que caíam em ondas através das suas costelas. O seu olhar curiosamente seguiu as mexas de ébano para cima até o rosto perfeito... Hyakuhei.

      Ela mordeu o lábio inferior sentindo um rubor espalhar-se pelas suas bochechas. O que ela estava a fazer deitada com ele? Vendo que os seus olhos ainda estavam fechados, ela rapidamente olhou para baixo entre eles para se certificar de que ele estava a usar calças. Graças a Deus, além da camisa que faltava, os dois ainda estavam vestidos.

      É apenas Hyakuhei... ele é o meu guardião... certo? Ela se lembrou teimosamente. Tentando lembrar como eles chegaram ali... ela ficou em branco. Na verdade, ela não conseguia se lembrar da última coisa que tinha feito e franziu a testa suavemente enquanto olhava para ele.

      – É isso mesmo... eu estava a cair e ele me salvou. – Os seus lábios se separaram quando os seus olhos se encontraram com os dele, ele estava acordado e olhando em silêncio para ela. A mão dela ainda estava pressionada contra o peito dele. Ela podia sentir o mesmo batimento cardíaco forte e constante que ela tinha ouvido apenas alguns momentos antes. A atenção dela baixou para os lábios dele antes de desviar o olhar com relutância.

      Ela lentamente se sentou, sentindo o olhar dele segui-la enquanto ela o fazia. Agora que eles não estavam mais se tocando, ela se perguntou o vazio frio que correu para roubar o seu calor.

      Hyakuhei a observou acordar e não sentindo medo, ele esperou que ela se levantasse. Ele ansiava por isso. Ele gostava do seu cheiro conflituante... a sua pureza em confronto com a sua própria aura maligna. Os seus olhos escuros foram atraídos para o rosa que agora tingia as suas bochechas. Isso o fez se perguntar o que ela estava pensando. Enquanto a observava absorver a solidão da caverna, percebeu que ela não gostava do confinamento das suas paredes.

      — Onde estamos? – Kyoko se afastou dele para olhar para a pequena abertura da caverna e sentiu um leve medo de ver a escuridão fria que estava além dela. Ela deu um passo hesitante para trás, desejando que ainda pudesse ouvir os seus batimentos cardíacos e sentir a segurança com a qual ela tinha acordado.

      Hyakuhei levantou-se atrás dela e passou os braços firmemente ao redor dela quando sentiu o seu medo aumentar. – Não se preocupe meu animal de estimação. Eu trouxe você aqui para mantê-la segura dos demónios que querem o Cristal do Coração Guardião. – Ele acariciou o cabelo dela com a bochecha. – Eu sempre vou protegê-la e mantê-la... segura. – os seus lábios sugeriram um sorriso secreto que ela não podia ver.

      Kyoko fechou os olhos e inclinou a cabeça para dar na sua suave carícia enquanto ela balançava a cabeça. Parecia que era a resposta certa, embora ela não se lembrasse dos demónios que a perseguiram. – Oh, tudo bem. – ela sussurrou enquanto se afundava no seu calor.

      – Kyoko, você gostaria de sair? Eu gostaria de te mostrar uma coisa. – Ele deslizou a palma lentamente pelo braço dela até que a sua pequena mão estivesse dentro da dele.

      Kyoko se perguntou por que ela se sentia tão fraca. Sim, raio de sol... Isso era o que ela precisava para clarear a cabeça. Por algum motivo, ela se sentiu deslocada, mas não conseguia identificar o dilema. Ela apenas acenou com a cabeça para Hyakuhei, confiando nele para tirá-la desta bela masmorra escura.

      Hyakuhei apertou o seu braço forte em torno de Kyoko pressionando-a ao seu lado e subiu acima do chão de pedra. Por sua vez, ele a sentiu envolver os braços ao redor dele, agarrando-se a ele para não cair.

      – Eu nunca vou deixar você ir Kyoko. – ele sussurrou no seu ouvido enquanto tocava o seu queixo suavemente sabendo que ela não ouviria o duplo significado nas suas palavras. O seu rosto se virou para ele e ela afrouxou o aperto. Ele deslizou para fora da caverna e depois para cima, mas não muito rápido para não assustá-la. Ele pousou no solo macio ao sol.

      Kyoko olhou para as folhas. A floresta oferecia sombras salpicadas para eles e tudo era tão brilhante que os seus olhos esmeralda se ajustaram à luz. Ela o soltou e deu um passo para fora do círculo dos seus braços. O que ela estava fazendo aqui? O que faltou? Ela olhou para Hyakuhei ainda se sentindo um pouco confusa. Ela não estava procurando por algo que havia perdido?

      – Kyoko, você ainda vai me ajudar a encontrar os fragmentos do Cristal do Coração Guardião antes que os demónios possam usá-los para quebrar o portal? – Ele observou enquanto os olhos dela se iluminaram em compreensão. Ele estava feliz por ela ainda não se lembrar dos seus verdadeiros tutores. O feitiço que ele tinha sobre ela era forte e enquanto nada despertasse a sua memória, o encantamento não a confundiria.

      Kyoko sorriu. Sim, era para isso que ela estava aqui. Procurando pelo talismã.

      – Sim Hyakuhei. Os cacos. Quase esqueci. – Ela fechou os olhos e tentou detetar qualquer um dos cristais de energia imaculada por perto. Depois de um momento, os seus olhos se abriram e ela apontou. – Cerca de meia milha desse jeito Hyakuhei e só. – Ela sorriu feliz por não estar dentro de um demónio... bem, não que ela pudesse dizer.

      Ela o deixou tomá-la de volta nos seus braços fortes enquanto ele os levantava do chão e os levava na direção que ela indicou.

      Eles encontraram o fragmento rapidamente e quando ele pediu para segurá-lo para ela, ela não pensou duas vezes antes de dar-lhe, embora algo roesse a sua memória. Ela suspirou, fechando os olhos novamente e instantaneamente detetou outro fragmento... mas desta vez não estava sozinho. Desta vez, estava contaminado com escuridão.

      Ela alcançou atrás dela para pegar na sua besta, mas a sua mão saiu vazia. Ela franziu a testa se perguntando onde ela a havia deixado quando sentiu uma mão no seu ombro.

      – Kyoko, não se preocupe. Vou mantê-la segura. Apenas me diga onde está. – Ele sabia que ela estava à procura da sua arma, mas essa era uma memória que ele também queria que ela esquecesse. Ele conhecia o poder por trás dos dardos espirituais e era um poder