Блейк Пирс

A Espera


Скачать книгу

atravessou a entrada principal e passou pelo átrio até ao portão de segurança. O guarda de serviço encontrou o seu nome numa lista de visitantes e entregou-lhe um cartão de identificação. Disse-lhe para descer três andares no elevador até um pequeno auditório.

      Quando Riley encontrou o auditório e entrou, entregaram-lhe um pacote de regras, regulamentos e informação que deveria ler mais tarde. Sentou-se entre cerca de vinte outros estagiários que aparentavam estar na sua faixa etária. Ela sabia que alguns, tal como ela, eram recém-licenciados; outros eram universitários que regressariam às faculdades no outono.

      A maioria dos estagiários eram do sexo masculino e todos estavam bem vestidos. Sentiu-se um pouco insegura com o seu terno que comprara numa loja económica em Lanton. Era o melhor fato formal que ela tinha e esperava que parecesse suficientemente respeitável.

      Dali a pouco, um homem de meia-idade postou-se em frente aos estagiários sentados.

      Disse, “Sou o Diretor Adjunto Marion Connor e sou o responsável por vos dar as boas-vindas ao Programa de Estagiários de Verão. Todos devem estar orgulhosos de estar aqui hoje. São um grupo seleto e excecional, escolhido entre milhares de concorrentes…”

      Riley engoliu em seco enquanto ele continuava a parabenizar o grupo.

      Milhares de concorrentes!

      Como parecia estranho. A verdade era que ela não concorrera a nada. Ela simplesmente fora escolhida para o programa logo na universidade.

      Pertencerei realmente aqui? Perguntou-se.

      O Diretor Adjunto Connor apresentou o grupo a um agente mais jovem – Hoke Gilmer, o supervisor de treino que ligara a Riley no dia anterior. Gilmer instruía os estagiários a levantarem-se e a erguerem as mãos direitas no momento do juramento do FBI.

      Riley sentiu-se a engasgar-se quando começou a proferir as palavras…

      “Eu, Riley Sweeney, juro solenemente que apoiarei e defenderei a Constituição dos Estados Unidos contra todos os inimigos, estrangeiros e domésticos…”

      Teve que conter as lágrimas ao prosseguir.

      Isto é real, Disse a si própria. Isto está mesmo a acontecer.

      Não fazia a mínima ideia do que a aguardava dali para a frente.

      Mas tinha a certeza de que a sua vida nunca mais seria a mesma.

      *

      Após a cerimónia, Hoke Gilmer levou os alunos a uma longa visita pelo Edifício J. Edgar Hoover. Riley estava cada vez mais surpreendida com o tamanho e complexidade do edifício, e com todas as atividades diferentes que ali decorriam. Havia várias salas de exercícios, um campo de basquetebol, uma clínica médica, uma loja de impressões, muitos laboratórios e salas de computadores, uma carreira de tiro e até uma morgue e uma oficina de reparação de viaturas.

      Tudo a surpreendia.

      Quando a visita terminou, o grupo foi levado para a cafetaria no oitavo piso. Riley sentia-se exausta ao colocar comida no tabuleiro – não tanto pelo que caminhara, mas por tudo o que vira e tentara absorver.

      Ela queria aprender tudo o que conseguisse, o mais rapidamente que conseguisse.

      E queria começar naquele instante.

      Ao procurar um lugar para se sentar e comer, sentiu-se estranhamente deslocada. Os outros estagiários já pareciam estar a criar laços e a sentar-se em grupos, a conversar animadamente sobre as incidências do dia. Riley disse a si mesma que se deveria sentar junto dos seus jovens colegas, apresentar-se e misturar-se.

      Mas sabia que não ia ser fácil.

      Riley sempre se sentira uma intrusa e fazer amigos e enquadrar-se nunca fora algo natural para ela.

      E naquele momento, sentia-se mais tímida do que alguma vez se sentira.

      E era só sua imaginação ou alguns dos estagiários a olhavam e cochichavam sobre ela?

      Decidira sentar-se sozinha quando ouviu uma voz ao seu lado.

      “És a Riley Sweeney, não és?”

      Virou-se e viu um jovem que lhe chamara a atenção no auditório e durante a visita. Não pode deixar de reparar que era incrivelmente bem parecido – um pouco mais alto do que ela, robusto e atlético, com cabelo curto encaracolado e um sorriso cativante. O seu fato parecia caro.

      “Hum, sim,” Respondeu Riley, sentindo-se subitamente ainda mais tímida do que anteriormente. “E tu…?”

      “John Welch. Prazer em conhecer-te. Apertava-te a mão, mas…”

      Fez um gesto de cabeça na direção dos tabuleiros que ambos carregavam e riu-se.

      “Queres sentar-te comigo?” Perguntou ele.

      Riley esperava não estar a corar.

      “Claro,” Disse ela.

      Sentaram-se numa mesa e começaram a comer.

      Riley perguntou, “Como é que sabias o meu nome?”

      John sorriu de forma endiabrada e disse, “Estás a brincar comigo, não é?”

      Riley ficou alarmada. Conseguiu impedir-se de dizer…

      Não, não estou a brincar.

      John encolheu os ombros e disse, “Quase toda a gente aqui sabe quem tu és. Acho que podes dizer que a tua reputação te precede.”

      Riley olhou para alguns dos outros alunos. Não havia dúvidas de que alguns deles ainda olhavam para ela e trocavam comentários.

      Riley começou a entender…

      Devem saber o que se passou em Lanton.

      Mas o que é que saberiam ao certo?

      E seria algo positivo ou negativo?

      Ela de certeza que não estava à espera de ter uma “reputação” entre os estagiários. A ideia fazia-a sentir-se extremamente autoconsciente.

      “De onde és?” Perguntou Riley.

      “Daqui de DC,” Disse John. “Licenciei-me em criminologia esta primavera.”

      “Em que faculdade?” Perguntou Riley.

      John corou ligeiramente.

      “Hum… Universidade George Washington,” Disse ele.

      Riley arregalou os olhos perante a referência de uma universidade tão dispendiosa.

      Deve ser rico, Pensou ela.

      Riley pressentiu que ele não estava completamente à vontade com aquilo.

      “Uau, uma licenciatura em criminologia,” Disse ela. “Eu sou licenciada em psicologia. Não há dúvida que tens um avanço sobre mim.”

      John riu-se.

      “Sobre ti? Não me parece. Quero dizer, tu és provavelmente a única estagiária do programa com experiência de campo.”

      Riley fora apanhada de surpresa.

      Experiência de campo?

      Ela não pensava no que acontecera em Lanton como “experiência de campo”.

      John prosseguiu, “Quero dizer, tu ajudaste a apanhar um verdadeiro assassino em série. Nem consigo imaginar como terá sido. Podes crer que te invejo.”

      Riley ficou em silêncio. Ela não o queria dizer, mas a inveja parecia ser uma emoção terrivelmente inapropriada para aquilo por que ela passara.

      O que é que será que John pensava que teria acontecido durante aquelas terríveis semanas em Lanton? Será que tinha a noção do que era descobrir os cadáveres de duas das suas melhores amigas com as gargantas brutalmente cortadas?

      Será que