Блейк Пирс

Razão para Correr


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porão, íngremes e escuras. No fundo, havia outra porta.

      - Estou com um mau pressentimento – disse Ramirez.

      - Quieto - Avery respondeu.

      Uma partida de pôquer estava sendo disputada na próxima sala. Cinco homens, todos latinos, bem-vestidos e armados, seguiram em silêncio com a chegada deles. A mesa estava cheia de dinheiro e joias.

      Havia sofás encostados nas paredes da enorme sala. Em muitas prateleiras, Avery notou armas e facões. Outra porta podia ser vista. Um rápido olhar para os pés dos homens revelou que nenhum deles tinha o tamanho dos pés do assassino.

      No sofá, com os braços abertos e um enorme sorriso no rosto, mostrando os aparelhos, Juan Desoto estava sentado. Seu corpo parecia mais de um touro do que de um homem, forte e esculpido por exercícios diários e, Avery imaginou, esteroides. Um gigante mesmo sentado, ele devia medir cerca de 2,10m. Seus pés, da mesma forma, eram gigantes. Pelo menos quarenta e quatro, Avery pensou.

      - Todo mundo calmo - Desoto ordenou. – Joguem, joguem – ele disse a seus homens. – Tito, traga algo para beber. O que você gostaria, Agente Black? – Perguntou enfatizando.

      - Você me conhece? – Avery perguntou.

      - Não te conheço - ele respondeu. – Eu sei sobre você. Você prendeu meu primo Cruz dois anos atrás, e alguns dos meus bons amigos da West Side Killers. Sim, tenho muitos amigos em outras gangues - ele disse ao olhar surpreso de Avery. – Nem todas as gangues brigam entre si como animais. Eu gosto de pensar maior que isso. Por favor, o que posso oferecer para vocês?

      - Nada para mim - Ramirez disse.

      - Para mim também - Avery acrescentou.

      Desoto fez sinal para Tito, que saiu. Todos os homens na mesa continuaram jogando, com exceção de um. Ele se parecia com Desoto, mas era muito menor e mais jovem. Esse homem balbuciou algo e os dois tiveram uma conversa nervosa.

      - Esse é o irmão mais novo de Desoto - Ramirez traduziu. – Ele acha que eles deveriam matar nós dois e jogar no rio. Desoto está tentando dizer para ele que é por isso que ele está sempre preso, porque ele pensa muito quando deveria apenas ficar quieto e escutar.

      - Sientate! – Desoto finalmente gritou.

      Relutante, seu irmão mais novo sentou e olhou para Avery com dureza.

      Desoto respirou fundo.

      - Você gosta de ser uma celebridade, tira? – Ele perguntou.

      - Não mesmo - Avery disse. – Acabo me tornando um alvo para caras como você. Não gosto de ser um alvo.

      - É verdade - ele disse.

      - Estamos buscando informações - Avery acrescentou. – Uma mulher de meia idade chamada Henrietta Venemeer é dona de uma livraria na Summer. Livros espirituais, nova era, psicologia, coisas assim. Dizem por aí que você não gosta da loja. Ela estava sendo atacada.

      - Por mim? – Ele disse surpreso, apontando para si mesmo.

      - Por você ou seus homens. Não temos certeza. Por isso estamos aqui.

      - Por que você viria até a casa do diabo para perguntar sobre uma mulher em uma livraria? Por favor, me explique melhor isso.

      Sua expressão não mostrava nenhum sinal de que ele conhecesse Henrietta. De fato, Avery sentiu que ele se sentiu insultado pela acusação.

      - Ela foi assassinada ontem à noite - Avery disse, prestando muita atenção aos homens na sala e em suas reações. – O pescoço foi quebrado e ela foi amarrada em um iate na marina da Marginal Street.

      - Por que eu faria isso? – Ele perguntou.

      - É isso que eu estou tentando descobrir.

      Desoto começou a falar com seus homens em um rápido e agitado espanhol. Seu irmão e outro homem pareciam muito incomodados de serem acusados de algo tão claramente abaixo deles. Os outros três, no entanto, ficaram acanhados com o interrogatório. Uma discussão iniciou-se. Em um momento, Desoto levantou-se de raiva e mostrou toda sua altura e tamanho.

      - Esses três estiveram na livraria - Ramirez sussurrou. – Roubaram o lugar duas vezes. Desoto está com raiva porque ele só ficou sabendo agora.

      Vociferando alto, Desoto deu um soco na mesa e a quebrou em duas. Dinheiro e joias voaram pela sala. Um colar veio na direção de Avery e ela teve que se esconder atrás da porta. Todos os cinco homens se levantaram de suas cadeiras. O irmão de Desoto gritou de frustação e levantou seus braços. Desoto focou sua raiva em um homem em particular. Ele apontou o dedo no rosto do homem e seguiu xingando.

      - Aquele cara levou os outros à livraria - Ramirez sussurrou. – Ele está ferrado.

      Desoto abriu os braços.

      - Eu peço desculpas - ele disse. – Meus homens de fato abordaram essa mulher na loja dela. Duas vezes. Só estou sabendo disso agora.

      O coração de Avery batia rápido. Eles estavam em uma sala isolada, cheia de criminosos com raiva e armados, e independente das palavras e gestos de Desoto, ele era uma presença intimidante e, se os rumores fossem verdade, um assassino em massa. De repente, o sentimento de que sua pequena lâmina estava longe de alcance não era confortante como ela pensara.

      - Obrigado - Avery disse. – Apenas para ter certeza de que estamos no mesmo caminho, algum de seus homens teria algum motivo para matar Henrietta Venemeer?

      - Ninguém aqui mata sem minha aprovação - ele respondeu prontamente.

      - Venemeer foi colocada de um jeito estranho em um barco - Avery disse. – Com vista completa para o porto. Uma estrela foi desenhada acima de sua cabeça. Isso significa algo para você?

      - Você se lembra do meu primo? – Desoto perguntou. – Michael Cruz? Um cara pequeno? Magrinho?

      - Não.

      - Você quebrou o braço dele. Eu perguntei para ele como uma garotinha podia ter feito isso, e ele disse que você era muito rápida e forte. Você acha que você poderia me derrubar, agente Black?

      A situação começou a piorar.

      Avery podia sentir. Desoto estava aborrecido. Ele havia respondido as perguntas e estava aborrecido, com raiva, e tinha dois policiais desarmados em sua sala privada debaixo de uma cafeteria. Mesmo os homens que estavam jogando pôquer estavam completamente trancados ali.

      - Não - ela disse. – Eu acho que você me mataria em um combate mano a mano.

      - Eu acredito em olho por olho - Desoto disse. – Eu acredito que quando uma informação é dada, uma informação deve ser recebida. Balanço - ele enfatizou, - é algo importante na vida. Eu te dei uma informação. Você prendeu meu primo. Agora você já tirou duas coisas de mim, você entende, certo? – Ele perguntou. – Você me deve algo.

      - O que eu te devo? – Ela perguntou.

      Com apenas um gemido, Desoto pulou para frente, levantou seu braço direito e deu um soco.

      CAPÍTULO SETE

      O quarto ficou vazio na mente de Avery: totalmente preto, e tudo o que ela conseguia ver eram os cinco homens e sentir Ramirez ao seu lado, além de ver o punho de Desoto chegando próximo a seu rosto. Ela chamava isso de “a névoa”, um lugar onde ela esteve várias vezes em seu passado—outro mundo, separado de sua existência física. Seu professor de jiu-jitsu chamava aquilo de “consciência final”, um lugar onde o foco se tornava seletivo e então os sentidos ficavam mais aguçados em torno de alvos específicos.

      Ela virou na direção do braço de Desoto e segurou seu pulso. Ao mesmo tempo, o quadril de Black foi para trás, usando o corpo dele como alavanca, e ela pode usar o peso de Desoto para arremessa-lo na porta do porão. Madeiras se quebraram e o gigante caiu com força.

      Sem perder o embalo, Avery