Блейк Пирс

Razão para Correr


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uma longa pausa até que uma mulher de idade atendeu.

      - Quem é?

      - Senhora Venemeer, aqui é o Detetive Ramirez da Divisão A1 da polícia. Estou aqui com minha parceira, Detetive Black. Podemos por favor entrar e falar com você?

      - Quem?

      Avery inclinou-se para frente.

      - Polícia - ela disse. – Por favor abra a porta da frente.

      A porta se abriu.

      Avery sorriu para Ramirez.

      - Assim é que se faz - ela disse.

      - Você nunca para de me impressionar, Detetive Black.

      O casal Venemeer morava no quinto andar. Assim que Avery e Ramirez saíram do elevador, eles puderam ver uma mulher de idade saindo de trás de uma porta fechada.

      Avery tomou a frente.

      - Olá, senhora Venemeer - ela disse em sua voz mais clara e suave. – Sou a Detetive Black e esse é meu parceiro, Detetive Ramirez. – Os dois mostraram seus distintivos. – Podemos entrar?

      A senhora Venemeer tinha cabelos longos emaranhados assim como sua filha, com a diferença de que os seus eram grisalhos. Ela usava óculos grossos pretos e uma camisola branca.

      - O que é isso? – Ela preocupou-se.

      - Acho que será mais fácil se pudermos entrar - Avery disse.

      - Tudo bem - ela resmungou e os deixou entrar.

      O apartamento inteiro cheirava a naftalina. Ramirez fez uma cara feia e mexeu o nariz quando eles entraram. Avery bateu no braço dele.

      O som de uma televisão podia ser escutado na sala. No sofá, havia um homem grande que Avery imaginou ser o senhor Venemeer. Ele vestia apenas cuecas vermelhas e uma camiseta que provavelmente usava para dormir, e parecia não ter ideia do que estava acontecendo.

      Estranhamente, a senhora Venemeer sentou no sofá ao lado de seu marido, sem nenhuma indicação de onde Avery e Ramirez poderiam sentar.

      - O que posso fazer por você? – Ela perguntou.

      Um programa de jogos estava passando na TV. O som estava alto. De vez em quando, o marido torcia de seu lugar, relaxado e resmungando a si mesmo.

      - Você pode desligar a TV? – Ramirez pediu.

      - Não mesmo - ela disse. – John tem que assistir Roda da Fortuna.

      - Estamos aqui para falar de sua filha - Avery acrescentou. – Nós precisamos mesmo falar com vocês, e gostaríamos de sua total atenção.

      - Amor - ela disse e tocou o braço de seu marido. – Esses dois agentes querem falar sobre Henrietta.

      Ele deu de ombros e resmungou.

      Ramirez desligou a TV.

      - Ei! – John gritou. – O que você fez? Ligue de volta!

      Ele parecia bêbado.

      Uma garrafa de Bourbon pela metade estava a seu lado.

      Avery ficou ao lado de Ramirez e apresentou-se novamente.

      - Olá,- ela disse, - meu nome é Detetive Black e esse é meu parceiro, Detetive Ramirez. Nós temos notícias difíceis para dar a vocês.

      - Vou te dizer o que é difícil! – John gritou. – Difícil é lidar com um monte de tiras bem no meio do meu programa de TV. Ligue essa porra de televisão! – Ele tentou levantar-se, mas não parecia estar em condições.

      - Sua filha morreu – Ramirez disse, agachando-se para olha-lo nos olhos. – Você me entendeu? Sua filha está morta!

      - Que? – A senhora Venemeer não acreditou.

      - Henrietta? – John murmurou e encostou-se.

      - Eu sinto muito por isso – disse Avery.

      - Como? – Murmurou a senhora. – Eu não... Não, não Henrietta.

      - Diga do que você está falando! – Disse John. – Você não pode entrar aqui e dizer que nossa filha está morta. Que porra é essa?

      Ramirez sentou-se.

      Negação, pensou Avery. E raiva.

      - Ela foi encontrada morta nessa manhã – disse Ramirez, - e identificada por sua posição na comunidade. Não temos certeza do motivo. Agora, o que temos são muitas perguntas. Se vocês puderem, por favor sejam firmes nesse momento e nos ajudem a responder algumas delas.

      - Como? – A mãe chorava. – Como isso aconteceu?

      Avery sentou-se ao lado de Ramirez.

      - Infelizmente essa é uma investigação em andamento. Não podemos dar detalhes ainda. Agora, só precisamos saber qualquer coisa que vocês possam saber para nos ajudar a identificar o assassino. Henrietta tinha namorado? Amigos próximos que vocês conheciam? Alguém que poderia sentir algum rancor dela?

      - Você tem certeza que era Henrietta? – A mãe perguntou.

      - Henrietta não tem inimigos! – John disse. – Todos a amam. É uma santa! Vinha toda semana trazer algo. Ajudava pessoas sem teto. Não pode ser. Tem que haver algum engano.

      Dúvida, pensou Avery.

      - Eu te garanto - ela disse, - vocês dois serão chamados essa semana para identificar o corpo. Eu sei que é difícil de aceitar. Vocês acabaram de receber notícias terríveis, mas por favor, vamos ficar focados para tentar encontrar quem fez isso.

      - Ninguém! – John disse em voz alta. – Isso é claramente um erro. Vocês estão enganados. Henrietta não tinha inimigos - ele declarou. – Ela foi atropelada por um ônibus? Caiu de uma ponte? Pelo menos nos dê uma ideia do que está acontecendo aqui.

      - Ela foi assassinada - Avery respondeu. – É tudo o que eu posso dizer.

      - Assassinada – a mãe suspirou.

      - Por favor - disse Ramirez. – Vocês conseguem pensar em algo? Qualquer coisa. Mesmo se parecer insignificante para vocês, pode ser de grande ajuda para nós.

      - Não - a mãe respondeu. – Ela não tinha namorado. Tinha algumas amigas. Saíram ano passado no Dia de Ação de Graças. Nenhuma delas pode ter feito algo assim. Vocês têm que estar errados.

      Ela olhou para cima com olhos de misericórdia.

      - Vocês têm!

      CAPÍTULO CINCO

      Avery estacionou em uma vaga na rua entre carros de polícia e preparou-se para entrar no departamento de polícia A7 na Paris Street no leste de Boston. Fora da estação havia um circo formado pela mídia. Uma coletiva havia sido marcada para discutir o caso e o amontoado de carros de televisão, câmeras e repórteres trancavam o caminho, além de muitos agentes que tentavam afastar a imprensa do local.

      - Seu público está esperando – Ramirez disse.

      Ele parecia querer ser entrevistado. Andava com a cabeça levantada e sorria para cada repórter que o olhava. Para sua tristeza, nenhum deles aproximou-se. Avery baixou sua cabeça e caminhou o mais rápido possível para dentro do departamento. Ela odiava multidões. Em um momento de sua vida, quando era advogada, ela amava quando as pessoas sabiam seu nome e lotavam seus julgamentos, mas desde que ela própria fora julgada pela imprensa, aprendeu a desprezar a atenção deles.

      Os repórteres viraram-se instantaneamente.

      - Avery Black - um deles disse com o microfone no rosto dela. – Você pode por favor nos dizer algo sobre a mulher assassinada na marina hoje?

      - Por que você está no caso, Detetive Black? – Gritou outro. – Aqui é o A7. Você foi transferida para esse departamento?