Блейк Пирс

Razão para Correr


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de samba canção e regata. Em uma mão, ele segurava o cabelo de uma mulher que estava de joelhos e chorando. Na outra mão, ele apontava uma arma para as pessoas, a polícia e a mulher.

      - Para trás porra! – Ele gritou. – Todos vocês, vocês aí! – Ele apontou sua pistola em direção a um carro estacionado. – Saiam de perto do carro! Pare de chorar! – Gritou para a mulher. – Se você continuar chorando, vou estourar sua cabeça só por me encher o saco.

      Havia um policial em cada lado do gramado. Um tinha uma arma em punho. O outro estava com uma mão no cinto e uma palma para cima.

      - Senhor, por favor largue sua arma.

      O homem apontou a pistola para o policial.

      - Que? Você quer fazer isso? – Ele disse. – Então atire em mim! Atire, filho da puta, e você vai ver o que acontece. Que se foda. Nós dois morremos.

      - Não atire, Stan! – O outro policial gritou. – Todo mundo calmo. Ninguém vai matar ninguém hoje. Senhor, por favor, só—

      - Pare de falar comigo porra! – O homem gritou. – Só me deixem sozinho. Essa é minha casa. Essa é minha esposa. Essa traidora do caralho! – Ele se irritou e colocou a boca de sua arma na bochecha dela. – Eu deveria limpar essa sua boca imunda!

      Avery desligou suas sirenes e estacionou.

      - Outro porra de policial!? – O homem esbravejou. – Vocês são como baratas. Tudo bem, - ele disse, calmo e determinado. – Alguém vai morrer hoje. Vocês não vão me prender. Então ou vocês vão para casa, ou alguém vai morrer.

      - Ninguém vai morrer, – o primeiro policial disse, - por favor, Stan! Abaixe sua arma!

      - Não mesmo. - O parceiro dele respondeu.

      - Porra, Stan!

      - Fique aqui - Avery disse para Ramirez.

      - Nem fodendo! – Ele respondeu. – Sou seu parceiro, Avery.

      - Ok, então. Mas escute, - ela disse, - tudo o que nós não queremos agora são mais dois policiais transformando isso aqui num banho de sangue. Fique calmo e faça o que eu disser.

      - Que seria?

      - Apenas me siga.

      Avery saiu do carro.

      - Senhor – ela disse ao policial – abaixe sua arma.

      - Quem diabos é você?

      - Isso, quem é você, porra? – o agressor Latino disse.

      - Vocês dois têm que sair da área - Avery disse aos policiais. – Sou a Detetive Avery Black, do A1. Vou cuidar disso. Você também – ela disse a Ramirez.

      - Você me disse para te seguir! – Ele gritou.

      - Faça isso. Entre no carro. Todo mundo tem que sair daqui.

      O policial com a arma cuspiu e balançou a cabeça.

      - Burocracia de merda - ele disse. – O que? Só porque você está em alguns jornais você acha que é uma super tira ou algo assim? Bem, você quer saber? Eu gostaria de ver como você lida com isso, super tira. – Com seus olhos no criminoso, ele levantou sua arma e caminhou para trás até ficar atrás de uma árvore. – Se vire. – Seu parceiro o seguiu.

      Assim que Ramirez entrou no carro e os policiais estavam seguros, distantes de onde tiros poderiam chegar, Avery deu passos à frente.

      O homem latino sorriu.

      - Olhe só – ele disse e apontou sua arma. – Você é a tira do assassino em série, certo? Muito bem, Black. Aquele cara era louco pra cacete. Você o pegou. Ei! – Ele gritou para a mulher de joelhos. – Pare de se contorcer. Você não vê que eu estou tentando conversar?

      - O que ela fez? – Avery perguntou.

      - Essa puta fodeu com meu melhor amigo. Isso é o que ela fez. Não fez, vagabunda?

      - Porra - Avery disse. – Isso é foda. Ela fez algo assim antes?

      - Sim - ele admitiu. – Acho que ela traiu o ex comigo, mas porra, eu casei com essa puta! Isso tinha que valer algo, certo?

      - Com certeza - Avery concordou.

      Ele era magro, com o rosto fino e dentes faltando. Olhou para as pessoas, depois para Avery como uma criança culpada e sussurrou:

      - Isso não parece bom, certo?

      - Não - Avery respondeu. – Não é bom. Da próxima vez, você deveria dar um jeito disso na privacidade da sua casa. E sem barulho – ela disse calmamente e chegou mais perto.

      - Por que você está chegando tão perto? – Ele disse com a sobrancelha levantada.

      Avery encolheu os ombros.

      - É meu trabalho – ela disse como se isso fosse algo ruim. – Sabe de algo? Você tem duas escolhas. Uma: Você vem comigo na boa. Você já está ferrado. Muito barulho, muito público, muitas testemunhas. Pior cenário? Ela presta queixa e você tem que arrumar um advogado.

      - Ela não vai prestar porra de queixa nenhuma – ele disse.

      - Não vou amor, eu prometo! – A mulher jurou.

      - Se ela não prestar queixas, então teremos um ataque grave, prisão com resistência e outras infrações menores.

      - Vou ter que ficar preso algum tempo?

      - Você já foi preso antes?

      - Sim - ele admitiu. – Cinco anos de condicional por tentativa de homicídio culposo.

      - Qual seu nome?

      - Fernando Rodriguez.

      - Você ainda está em condicional, Fernando?

      - Não, terminou duas semanas atrás.

      - Ok - ela pensou por um momento. – Então você provavelmente vai ter que ficar preso até as coisas se ajeitarem. Talvez um mês ou dois.

      - Um mês?

      - Ou dois - ela repetiu. – Vamos lá. Vamos ser honestos. Depois de cinco anos? Isso não é nada! Da próxima vez você resolve isso em local privado.

      Ela estava bem em frente a ele, perto o suficiente para desarma-lo e libertar a vítima, mas ele já estava se acalmando. Avery havia visto pessoas como ele antes, quando lidava com as gangues de Boston. Homens que foram maltratados por tanto tempo que a menor infração poderia explodi-los. No fim das contas, porém, quando ganhavam uma chance para relaxar e pensar sobre suas situações, suas histórias eram sempre as mesmas: eles só queriam ser confortados, ajudados e sentirem que não estavam sozinhos no mundo.

      - Você era advogada, não era? – O homem disse.

      - Sim - ela concordou. – Mas depois eu cometi um erro estúpido e minha vida se tornou uma merda. Não seja como eu - ela alertou. – Vamos acabar com isso agora.

      - E ela? – Ele apontou para sua esposa.

      - Por que você iria querer estar com alguém como ela? – Avery perguntou.

      - Eu a amo.

      Avery sugou seus lábios e o desafiou com um olhar.

      - Isso parece amor?

      A pergunta pareceu tão sincera que o irritou. Com a sobrancelha enrugada, ele olhou para Avery, para sua mulher e para Avery novamente.

      - Não - ele disse e abaixou sua arma. – Isso não pode ser amor.

      - Vou te dizer algo - Avery falou. – Me dê essa arma e deixe esses caras te levarem na boa e eu te prometo algo.

      - O que?

      - Prometo que vou ficar de olho e assegurar que você seja bem tratado. Você não parece um cara do mal para mim, Fernando Rodriguez. Apenas parece que você teve uma vida difícil.