Блейк Пирс

Acorrentadas


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uma boleia?” Perguntou a Brian através do vidro.

      Brian sorriu e assentiu.

      “Oh, é o meu namorado,” Disse April. “Podemos parar e dar-lhe boleia, por favor? De qualquer das formas, ia para a minha casa.”

      Era mentira. April não fazia a mínima ideia para onde ia Brian. O homem franziu as sobrancelhas e resmoneou qualquer coisa. Não estava contente com aquela situação. Iria parar? O coração de April batia a um ritmo diabólico.

      Brian falava ao telemóvel no passeio. Mas estava a olhar diretamente para o carro e April estava certa de que conseguia ver o condutor nitidamente. Estava contente por ter uma potencial testemunha no caso do homem ter em mente algo ilícito.

      O homem estudou Brian, viu-o falar ao telemóvel e viu-o a olhar para ele.

      Sem dizer uma palavra, o homem destrancou as portas. April fez sinal a Brian para entrar no banco detrás, ele abriu a porta e entrou. Fechou a porta no preciso momento em que a luz verde se acendeu e a fila de carros começou novamente a circular.

      “Obrigado pela boleia,” Agradeceu Brian.

      O homem não proferiu uma palavra, permanecendo de cenho franzido.

      “Este senhor está a levar-nos para minha casa, Brian,” Informou April.

      “Fantástico,” Respondeu Brian.

      Agora April sentia-se segura. Se o homem realmente tivesse más intenções, de certeza que não os levaria a ambos. De certeza que os levaria diretamente para casa da mãe.

      Refletindo antecipadamente, April pensou se deveria contar à mãe sobre o homem e as suas suspeitas. Mas não, isso significaria revelar que faltara às aulas e pedira boleia. A mãe castigava-a de vez.

      Além disso, pensou, o condutor não podia ser Peterson.

      Peterson era um assassino psicopata, não um homem normal a conduzir um carro.

      E afinal de contas, Peterson estava morto.

      CAPÍTULO 5

      A expressão rígida e sombria de Brent Meredith indicava a Riley que ele não gostara nada do seu pedido.

      “É um caso para mim,” Disse Riley. “Tenho mais experiência que qualquer outro com este tipo de assassino em série pervertido.”

      Acabara de descrever a chamada recebida de Reedsport.

      Após um longo silêncio, Meredith finalmente suspirou.

      “Autorizada,” Anunciou, relutantemente.

      Riley libertou um suspiro de alívio.

      “Obrigado,” Agradeceu.

      “Não me agradeça,” Rosnou Meredith. “Faço isto indo contra o senso comum. Só o permito porque tem as capacidades necessárias para lidar com este caso. A sua experiência com este tipo de assassino é única. Vou atribuir-lhe um parceiro.”

      Riley sentiu um abanão de desânimo. Sabia que trabalhar com Bill não era uma boa opção neste momento, mas imaginou se Meredith sabia o porquê da tensão existente entre os parceiros de longa data. Pensou que o mais provável era Bill ter dito a Meredith que queria ficar mais perto de casa.

      “Mas…” Principiou Riley.

      “Não há mas,” Sentenciou Meredith. “E nada de artifícios de loba solitária. Não é inteligente e vai contra todas as regras. Quase morria mais do que uma vez. Regras são regras. E eu já estou a quebrar algumas neste momento ao não deixá-la de baixa depois dos recentes incidentes.”

      “Sim, senhor,” Concordou Riley ordeiramente.

      Meredith esfregou o queixo, obviamente considerando todas as opções que se lhe apresentavam. Acabou por dizer, “A agente Vargas vai consigo.”

      “Lucy Vargas?” Perguntou Riley.

      Meredith limitou-se a assentir. Riley não gostou muito da ideia.

      “Ela fazia parte da equipa que esteve na minha casa ontem à noite,” Disse Riley. “Parece ser muito profissional e eu gostei dela, mas é uma novata. Estou habituada a trabalhar com alguém mais experiente.”

      Meredith sorriu abertamente. “As notas dela na academia eram as mais altas. É certo que é jovem, mas é raro alguém sair diretamente da academia para a UAC. Ela é boa a esse ponto. Está pronta para ter uma experiência no terreno.”

      Riley sabia que não tinha escolha.

      Meredith prosseguiu, “Quando pode ir?”

      Riley fez um cálculo mental. Em primeiro lugar, tinha que falar com a filha. E que mais? Não tinha o kit de viagem no gabinete. Tinha que ir até Fredericksburg, parar em casa, assegurar-se que April ficava em casa do pai e depois regressar a Quantico.

      “Dê-me três horas,” Concluiu.

      “Vou pedir um avião,” Disse Meredith. “Vou avisar o chefe da polícia de Reedsport que temos uma equipa a caminho. Esteja na pista daqui a exatamente três horas. Se se atrasar, vai ser o inferno na terra.”

      Riley levantou-se nervosamente da cadeira.

      “Compreendo,” Disse. Quase lhe agradeceu novamente, mas rapidamente se lembrou de que não o devia fazer. Saiu do gabinete sem proferir mais uma palavra.

      *

      Riley chegou a casa em meia hora, estacionou o carro e voou na direção da porta de entrada. Tinha que pegar no kit de viagem, numa pequena mala que tinha sempre pronta com produtos de higiene pessoal, num roupão e numa muda de roupa. Tinha que ser rápida e ir para a cidade onde explicaria tudo à April e a Ryan. Não ansiava por aquele momento, mas tinha que ter a certeza que April ficava segura.

      Quando introduziu a chave na fechadura, reparou que já estava destrancada. Sabia que a tinha trancado quando saíra. Trancava-a sempre. Subitamente, todos os sentidos de Riley ficaram alerta. Sacou a arma e entrou em casa.

      Ao movimentar-se furtivamente no seu interior, espreitando casa canto e recanto, apercebeu-se de um ruído longo e contínuo. Parecia vir do exterior da casa. Era música – música muito ruidosa.

      Mas que raio?

      Ainda na expectativa de encontrar um intruso, passou pela cozinha. A porta das traseiras estava parcialmente aberta e uma música pop soava vinda lá de fora. Sentiu um aroma familiar.

      “Oh, meu Deus, não outra vez,” Disse para si própria.

      Repôs a arma no coldre e dirigiu-se ao exterior da casa. E é claro que ali estava April, sentada na mesa de piquenique com um rapaz magricela da sua idade. A música vinha de dois pequenos altifalantes colocados em cima da mesa.

      Ao ver a mãe, os olhos de April acenderam-se de pânico. Escondeu o charro debaixo da mesa para o apagar na mão, na esperança de o fazer desaparecer.

      “Não te dês ao trabalho de o esconder,” Disse Riley, dirigindo-se à mesa. “Sei o que estás a fazer.”

      Mal se conseguia fazer ouvir por causa da música. Desligou o leitor.

      “Mãe, isto não é o que parece,” Disse April.

      “Isto é exatamente aquilo que parece,” Disparou Riley. “Dá-me o resto.”

      Revirando os olhos, April deu-lhe um saco de plástico com uma pequena porção de erva lá dentro.

      “Pensei que estivesses a trabalhar,” Disse April, como se aquela afirmação explicasse alguma coisa.

      Riley não sabia se devia sentir-se mais zangada ou desiludida. Esta era a segunda vez que apanhava April a fumar erva. Mas as coisas tinham melhorado entre elas e pensou que isso fosse coisa do passado.

      Riley