Блейк Пирс

Acorrentadas


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      “Prazer em conhecê-la, Ms. Paige,” Disse.

      Riley manteve as mãos imóveis.

      “O que é que estás aqui a fazer?” Perguntou Riley a April.

      “Eu vivo aqui,” Respondeu April com um encolher de ombros.

      “Sabes bem o que quero dizer. Devias estar na casa do teu pai.”

      April não respondeu. Riley olhou para o relógio. Já não tinha muito tempo. Tinha que resolver aquela situação rapidamente.

      April parecia estar envergonhada. Não estava preparada para aquele tipo de confronto.

      “Esta manhã, fui da casa do pai para a escola,” Disse. “Encontrei o Brian à entrada da escola. Decidimos baldar-nos hoje. Não faz mal se me baldar de vez em quando. Já domino aquilo. O teste final é só na sexta-feira.”

      Brian soltou um riso nervoso, ilógico.

      “Pois é, a April está mesmo bem naquela disciplina, Ms. Paige,” Disse. “Ela é fantástica.”

      “Como chegaste aqui?” Perguntou Riley.

      April desviou o olhar. Riley adivinhou sem dificuldades porque é que ela estava relutante em dizer-lhe a verdade.

      “Oh, meu Deus, vocês pediram boleia até aqui, não foi?” Perguntou Riley.

      “O condutor era um tipo fixe, muito calado,” Disse April. “O Brian esteve sempre comigo. Estivemos seguros.”

      Riley debateu-se com todas as suas forças para se manter calma.

      “Como sabes que estavam seguros? April, nunca deves aceitar boleia de estranhos. E porque quiseste vir para aqui depois do susto de ontem à noite? Isso foi uma tolice pegada. E se o Peterson ainda andasse por aqui?”

      April sorriu como se fosse a dona da verdade.

      “Então, mãe. Preocupas-te demasiado. Os outros agentes dizem isso. Ouvi dois deles a falar – os que me levaram a casa do pai ontem à noite. Disseram que o Peterson estava mesmo morto e que tu não eras capaz de aceitar a realidade. Disseram que aquelas pedras tinham sido uma partida.”

      Riley estava prestes a explodir. Só queria deitar as mãos àqueles agentes. Tinham uma grande lata em contrariar Riley em frente da filha. Pensou em pedir os seus nomes a April, mas decidiu não o fazer.

      “Ouve-me, April,” Disse Riley. “Tenho que sair da cidade por uns dias em trabalho. Tenho que me ir embora agora. Vou levar-te para casa do teu pai. Preciso que fiques lá."

      “Porque é que não posso ir contigo?” Perguntou April.

      Riley pensou como é que os adolescentes podiam ser tão estúpidos em relação a algumas coisas.

      “Porque tens que terminar este curso,” Disse. “tens que o fazer ou vais ficar atrasada na escola. O Inglês é um requisito e tu estragaste tudo sem razão aparente. Para além disso, estou a trabalhar. Nem sempre é seguro estar ao pé de mim quando estou a trabalhar. Já devias saber isso.”

      April ficou calada.

      “Vem para dentro,” Disse Riley. “Só temos alguns minutos. Tenho que reunir algumas coisas e tu também. Depois levo-te para casa do teu pai.”

      Virando-se para Brian, Riley acrescentou, “E a ti, vou-te levar a casa.”

      “Posso pedir boleia,” Disse Brian.

      Riley limitou-se a fitá-lo com ferocidade.

      “Ok,” Disse Brian, parecendo algo intimidado. Ele e April levantaram-se e seguiram Riley em direção à casa.

      “Vão e entrem no carro,” Disse. Os miúdos saíram obedientemente de casa.

      Trancou a porta das traseiras e percorreu todas as divisões, certificando-se de que todas as janelas estavam bem fechadas.

      No seu quarto, pegou na mala de viagem e confirmou de que tinha lá dentro tudo aquilo de que precisava. Ao sair, olhou nervosamente para a cama como se as pedras ainda lá estivessem. Por um momento, pensou porque é que se ia por a caminho de outro estado em vez de ficar ali para tentar encontrar o assassino que a atormentava.

      Acima de tudo, aquela proeza da April tinha-a assustado. Ficaria a filha segura em Fredericksburg? Outrora pensara que sim, mas agora tinha as suas dúvidas.

      Ainda assim, não podia fazer nada para alterar o rumo dos acontecimentos. Tinha-lhe sido atribuído um novo caso e tinha que partir. Ao caminhar na direção do carro, olhou para a floresta densa e sombria, como se procurasse sinais do Peterson.

      Mas não havia.

      CAPÍTULO 6

      Riley relanceou o relógio do carro enquanto levava os miúdos para uma zona sofisticada de Fredericksburg e estremeceu ao perceber que tinha tão pouco tempo. As palavras de Meredith martelavam-lhe na cabeça.

      Se se atrasar, vai ser o inferno na terra.

      Talvez chegasse à pista a tempo. Planeara parar em casa e pegar na mala, mas as coisas tinham-se complicado. Pensou se deveria telefonar a Meredith e informá-lo de que assuntos familiares a estavam a atrasar. Decidiu que não. O chefe já se mostrara suficientemente relutante. Não podia esperar qualquer condescendência da sua parte.

      Felizmente, a casa do Brian ficava a caminho da casa de Ryan. Quando Riley parou em frente a um imenso relvado, disse, “Devia entrar e contar aos teus pais o que se passou.”

      “Não estão em casa,” Disse Brian encolhendo os ombros. “O pai foi-se de vez e a minha mãe não para muito em casa.”

      Saiu do carro, depois virou-se e disse, “Obrigado pela boleia.” Enquanto se encaminhava para casa, Riley pensou que tipo de pais deixavam um miúdo assim por sua conta. Não sabiam o tipo de problemas em que os adolescentes se podiam meter?

      Mas talvez a mãe não tenha muita escolha, pensou Riley, miseravelmente. Quem sou eu para julgar quem quer que seja?

      Mal Brian entrou em casa, Riley arrancou. April não dissera nada durante toda a viagem e também parecia não estar com disposição para falar naquele momento. Riley não sabia se aquele silêncio era de amuo ou embaraço. Apercebeu-se que havia muita coisa que não sabia acerca da sua própria filha.

      Riley estava aborrecida tanto com ela própria como com April. Ainda ontem pareciam estar a entender-se melhor. Pensou que April começava a compreender as pressões a que um agente do FBI estava sujeito. Mas depois Riley insistira que April fosse para casa do pai na noite anterior e hoje April rebelara-se contra isso.

      Riley lembrou a si mesma que devia ser muito mais compreensiva. Também ela tinha sempre sido um pouco rebelde. E Riley sabia o que era perder uma mãe e ter um pai distante. April tinha medo que o mesmo lhe acontecesse.

      Ela teme por mim, Percebeu Riley. Nos últimos meses, April tinha visto a mãe a suportar feridas físicas e psicológicas. Depois do susto da noite anterior, era evidente que April estava muito preocupada. Riley lembrou a si mesma que tinha que estar mais atenta aos sentimentos da filha. Qualquer pessoa de qualquer idade teria dificuldade em lidar com as complicações da vida de Riley.

      Riley parou em frente da casa que outrora partilhara com Ryan. Era uma casa ampla e bonita com um pórtico na porta lateral ou porte-cochère como Ryan lhe chamava. Agora Riley preferia estacionar na rua e não na entrada.

      Nunca se sentira em casa ali. De alguma forma, viver num bairro suburbano respeitável nunca lhe agradara. O casamento, a casa, o bairro, tudo representara tantas expectativas que ela nunca se julgara capaz de preencher.

      Com o passar dos anos, Riley percebera que era melhor no seu trabalho do que alguma vez seria a viver uma vida normal. Por fim, deixara o casamento, a casa e o bairro, e isso tornou-a mais determinada em ir ao encontro das expectativas de ser a mãe de uma filha adolescente.

      Quando