Ela torceu as mãos enquanto mil coisas diferentes passavam por sua cabeça ao mesmo tempo. Encabeçando essa lista, era impossível que eles tivessem encontrado o vampiro responsável. Não estariam vivos, se tivessem.
— Tenho certeza de que são boas notícias — assegurou a irmã.
— Seria ótimo. Só queria ouvir que, quem quer que tenha matado Dalton, irá pagar por muito tempo — admitiu ela.
A campainha interrompeu a conversa delas. Elsie abriu a porta e viu os olhos verde-esmeralda de Orlando, cheios de alegria, e seus dois companheiros. Ela se admirou por sua amizade rápida com aqueles homens e foi forçada a reconhecer que algumas pessoas se conectam no momento em que se conhecem. Ela havia se conectado àqueles homens. Seu coração disparou ao ver Zander. Ele era ainda mais lindo do que ela se lembrava.
Balançando a cabeça mentalmente, ela deu um passo para trás e os convidou a entrar. Cada um carregava sacolas. Ela inclinou a cabeça, curiosa.
— Pensei que você disse que tinha novidades? Parece que estão indo para uma festa de aniversário.
Todos riram.
— Ótima essa, Chiquita — murmurou Santiago, enquanto a abraçava com força. Ser tão prontamente aceita era magnífico, mas ela imaginou se eles agiriam assim se realmente a conhecessem. Se soubessem que ela era uma aberração, que tinha premonições de morte e caçava vampiros à noite…
Quando Zander a puxou para seus braços, todos os pensamentos coerentes pararam. O perfume dele era totalmente masculino e magnífico.
— É ótimo vê-la de novo, Elsie. — Ela corou quando ele beijou seu rosto. A formalidade dele pareceu-lhe de tempos antigos. Ela imaginou que ele ficaria mais adequado com uma cota de malha e um título de cavaleiro. O toque íntimo do beijo, no entanto, a fez se afastar.
Sua atenção se voltou para Orlando antes de recuperar o equilíbrio. Ele passou o braço em volta dos ombros dela segurando uma das sacolas na mão.
— Porque sabemos que você não tem comida, El, nós trouxemos alguma. Também trouxemos tequila e comédias românticas. Vamos ter uma noite de garotas. — Ele ressaltou a última frase, provocando-lhe risos. Podia parecer estranho ser tão íntima deles, mas eles sabiam como deixá-la à vontade. — Posso até deixar você pintar minhas unhas — provocou Orlando.
Cailyn riu e abraçou os homens.
— Com uma cozinheira tão boa quanto minha irmã, você acharia que ela sempre tem um pouco de comida em casa.
— Cale a boca, Cai — retrucou ela. Zander passou uma sacola de presente, em um tom prateado brilhante para a outra mão, chamando a atenção dela. Ela parou. Que garota não se sentiria tentada por uma sacola de presente brilhante? Não, ela estava mais curiosa sobre o que eles tinham para contar.
— Agradeço a comida e outras coisas, mas preciso que você me conte as novidades primeiro. — Ela controlou os nervos, segurando as costas de uma cadeira da cozinha. Eles já haviam descoberto quem ou o que matou Dalton? Não seria possível, lembrou-se.
Ela se ocupou em esvaziar o conteúdo das sacolas que Orlando e Santiago trouxeram enquanto os ouvia atualizá-la sobre a investigação. Depois de revisar todas as evidências, eles encontraram um pouco de sangue em uma caneta que acreditavam pertencer ao criminoso. Tinha um DNA útil que eles compararam a um cadáver que descobriram em uma lixeira. Atordoada, ela se sentou em silêncio, enquanto digeria a informação.
Ela não havia acreditado que o garoto que eles haviam encontrado era o responsável, até que lhe contaram sobre suas presas falsas. Cada vampiro que já havia matado se transformou em cinzas quando ela lhes perfurou o coração. Agora, ela não podia deixar de se perguntar se isso não aconteceu quando seu coração foi removido. Se fosse o caso, então ela tinha um nome para quem destruiu sua vida. Jag. E, agora, não podia descontar nele nem um pouco de sua raiva. Estava morto.
Ela pegou pratos e talheres dos armários da cozinha e os colocou ao lado da comida. Esperava se sentir melhor com a notícia, mas a mesma dor e mágoa a trespassavam como antes. Nada de seu tormento havia mudado. Por todos aqueles longos meses, ela disse a si mesma que se sentiria melhor e começaria a se curar quando o culpado fosse identificado e morto. Era devastador saber que não fazia diferença. Seu sofrimento nunca iria acabar. Na verdade, ficou muito pior, porque agora ela não podia se vingar.
Apesar de tudo, estava muito grata por eles terem sido designados para o caso. Ela recebeu não apenas respostas, mas o que ela suspeitava serem amigos por toda a vida. A vida continuava, de qualquer maneira, e ela também.
Ela olhou ao redor e percebeu que ninguém estava comendo e que o clima mais leve havia desaparecido. Queria que ele voltasse. Estava cansada de ficar triste.
— Comam, rapazes. Coloque um de seus filmes, Orlando. Sabe, eu nunca teria pensado que você fosse um cara do tipo de gostar de comédias românticas. — Ela sorriu para o atraente rapaz loiro. — Estou pensando em beber até cair. Alguém me acompanha?
Ela se afastou da mesa e dirigiu-se à geladeira, onde pegou a limonada e outros ingredientes essenciais para seus coquetéis margaritas inspiradores. Atenta, sentiu o pescoço formigar. Alguém a olhava. Ela inclinou a cabeça para o lado e percebeu que não apenas sua irmã a observava com atenção com também os olhos de Zander ainda não a haviam deixado. Ela sentiu a censura no olhar da irmã e o calor erótico vindo dele.
— Pare — sibilou ela para Cailyn.
Cailyn colocou as mãos nos quadris.
— Então coma antes de beber. Você não comeu muito desde ontem.
— Você sabe que eu tento comer, Cai. Se pensou que conseguir essa informação de Orlando e Santiago me faria, de forma mágica, comer, dormir e me divertir tremendamente, se enganou — rosnou Elsie. Ninguém entendia o que ela havia passado e ela estava cansada de tentar melhorar as coisas para os outros.
— Já se passou bem mais de um ano desde que ele morreu. Você não dorme e perdeu bastante peso. Precisa de um encerramento. Não pode sobreviver assim — respondeu Cailyn enquanto contornava o balcão e a segurava pelos ombros.
— Sabe o quê, Cai? Encerramento é um mito. O mito mais pérfido já criado. Não me esqueci dele, nem parei de amá-lo. Nada pode tornar seu assassinato menos traumático ou trágico. Não há cura mágica para apagar as memórias ou o sangue. Minhas emoções não são um quadro que pode ser limpo. Não foi o seu marido e melhor amigo que foi arrancado da sua vida, então desça dessa droga de pedestal! — soluçou ela e caiu nos braços da irmã.
Uma mão grande e quente pousou em suas costas.
— Por que você não se senta, vou preparar uma bebida para você. — Ela ergueu a cabeça, enquanto o tom grave da voz de Zander causava arrepios em sua espinha. Quando encontrou o olhar dele, as emoções que ela viu refletidas ali a abalaram.
— Seria ótimo, obrigada. — Ela se aproximou de uma das cadeiras da mesa da cozinha e se acomodou nela. Cailyn ajudou Zander, dando a Elsie espaço para recuperar a calma. Ninguém havia começado a comer, e a tensão no apartamento poderia ser cortada com uma faca. Não estava funcionando para ela. Não naquela noite.
Ela respirou fundo e recostou-se na cadeira. Ergueu as mãos, exasperada.
— Pelo amor de Deus, pessoal, relaxem e comam.
Orlando e Santiago riram e se dirigiram à mesa.
— Não precisa falar duas vezes. Estou com tanta fome quanto Cailyn. Posso fazer um prato para você? — perguntou Orlando.
Um ruído animalesco soou no apartamento. Zander estava rosnando? Quando ele se aproximou dela, ela perdeu a linha de raciocínio. Seu pensamento perdeu o rumo, e o calor que ela sentia antes agora era um inferno em chamas. Não estava pronta para o que viu nos olhos dele, não achava que jamais estaria. Sua devoção a Dalton produziu uma culpa forte demais para ser ignorada.
Ele caminhou