Brenda Jackson

O beijo da inocência - Calor intenso


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quero que comecemos mal. Quero que seja tudo perfeito.

      – Achas que já estás grávida? – perguntou, acariciando-lhe o rosto. – Foi por isso que abordaste o tema? Não quero que tenhas medo de contar-me o que quer que seja. Nunca me chatearei contigo por algo que também é minha responsabilidade. Eras virgem na primeira vez que fiz amor contigo. Deveria ter sido eu a tratar dos métodos contracetivos.

      – Não. Enfim, não sei, mas acho que não.

      Devon apoiou a testa na dela e percebeu que já estavam a comportar-se como um casal. Confiava em Ashley e gostava de estar com ela. Tinha uma sensação de bem-estar que não podia negar. Talvez, afinal, William Copeland soubesse o que fazia.

      – Bom, se estiveres, ótimo. A sério. Quero que me digas se achares que estás. E se não estiveres, depois resolvemos isso, está ?

      – De acordo – disse ela, sorrindo e com as faces coradas.

      – Que te parece se formos indo para a cama?

      Ficou ainda mais vermelha e sorriu com timidez.

      – Esforçar-me-ei por deixar-te grávida – sussurrou Devon junto ao seu ouvido.

      – Amo-te muito, Devon. Sou a mulher mais sortuda do mundo. Estou desejosa de nos casarmos e de ser oficialmente tua.

      Enquanto baixava a cabeça para unir os seus lábios aos dele, Devon pensou que estava muito enganada. A sortuda não era ela.

      Capítulo Quatro

      – Ashley, se não ficas quieta, nunca mais acabamos de pentear-te e maquilhar-te – disse Pippa desesperada.

      – Continuo a pensar que deveríamos ter chamado uma profissional – disse Sylvia enquanto observava os avanços que Tabitha ia fazendo no cabelo de Ashley.

      – Tabitha é profissional – disse Ashley. – É a melhor. E quem não quer os melhores no dia do seu casamento? E quem sabe mais de maquilhagem do que Carly?

      – Isso é verdade – interveio Pippa. – Acho que as empresas de cosmética deveriam pagar-lhe pela promoção dos seus produtos.

      – Fecha os olhos, Ashley – disse Carly. – É hora de pôr rímel. Só um pouco, não queremos que os olhos fiquem demasiado carregados no teu grande dia.

      – Claro que não – disse Ashley, franzindo o sobrolho.

      – Querida, estás pronta? – perguntou a mãe de Ashley do outro lado da porta. – Só tens dez minutos.

      – Dez minutos? – repetiu Tabitha. – Não pode ser. Pode entretê-los, senhora Copeland?

      – Não vou chegar tarde ao meu próprio casamento – disse Ashley. – Apressa-te, Tabitha. O cabelo ficará ótimo. Basta pores o véu sobre o carrapito.

      – Basta pores o véu sobre o carrapito… – repetiu Tabitha. – Como se fosse assim tão simples.

      Sylvia arregalou os olhos e interpôs-se rapidamente entre Tabitha e Ashley, colocando-lhe o véu sobre o elegante carrapito.

      – Já está. Estás muito bonita, Ashley.

      – Um pouco de brilho nos lábios e acabamos – anunciou Carly.

      Uns segundos mais tarde, Carly afastou-se para que Ashley pudesse ver-se no espelho.

      – Oh, meninas!

      As suas amigas observaram-na no espelho.

      – Estás linda – disse Pippa, quase a chorar. – És a noiva mais bonita que já vi.

      – É verdade – disse Tabitha.

      As quatro mulheres uniram-se num abraço.

      – Meninas, chegou a hora de sair. Os vossos acompanhantes estão à espera. Não queremos que a noiva chegue tarde – disse a mãe de Ashley.

      As amigas apressaram-se para a porta, com os ramos de flores nas mãos.

      – O teu pai vem já buscar-te – continuou a sua mãe, aproximando-se. – Minha pequena, estás uma mulher – disse com lágrimas nos olhos. – Estás linda. Estou muito orgulhosa de ti.

      – Não me faças chorar, mamã.

      A mãe riu-se e pegou-lhe nas mãos para ajudá-la a pôr-se em pé.

      – Espera que te arranje o vestido. O teu pai não para de andar de um lado para o outro. Já sabes que odeia atrasar-se.

      De repente, bateram à porta.

      – Deve ser o teu pai. Estás pronta, querida?

      Ashley ficou nervosa e sentiu as mãos húmidas, mas assentiu. Chegara o momento. Estava quase a dirigir-se ao altar e a tornar-se a esposa de Devon Carter.

      Lançou os braços em redor da mãe e abraçou-a.

      – Amo-te, mamã.

      A mãe retribuiu o abraço.

      – Eu também te amo, pequena. Saiamos antes que o teu pai faça um buraco no chão.

      Saiu antes de Ashley e ali estava o seu pai olhando para o relógio. Ao ouvi-las, levantou a cabeça e a sua expressão ficou mais doce. Os olhos encheram-se-lhe de uma intensa emoção e estendeu-lhe a mão.

      – Não posso acreditar que vás casar-te. Parece que foi ontem que estavas a aprender a andar. Estás muito bonita, Ashley. Devon é um homem cheio de sorte.

      – Obrigada, papá – disse, beijando o pai no rosto. – Tu também estás muito bonito.

      A organizadora do casamento aproximou-se deles, agitando as mãos no ar. Acompanhou-os à entrada para o altar e esteve uns segundos a arranjar a cauda do vestido.

      A mãe de Ashley entrou na igreja e sentou-se, deixando Ashley sozinha com o pai para que a acompanhasse até ao altar. A música começou a ouvir-se, as portas abriram-se e todos os olhos se fixaram em Ashley. Tremia-lhe o ramo nas mãos e rezou para que não lhe falhassem os joelhos. De repente, o vestido parecia pesar uma tonelada e, apesar do frio que estava lá fora, a igreja parecia uma sauna. Então viu Tabitha, Carly, Sylvia e Pippa no primeiro banco, sorridentes.

      Por fim, o seu olhar parou em Devon e esqueceu os outros. Esqueceu-se do seu nervosismo e das suas dúvidas. Só conseguia pensar no facto de estar à espera no altar e que, daquele momento em adiante, ia ser dele. Uma sensação quente e delicada apoderou-se dela.

      Então, o seu pai entregou-a a Devon. Ele sorriu-lhe e juntos voltaram-se para o sacerdote para que desse início à cerimónia.

      Ao fim de um momento, deu-se conta de que não tinha prestado atenção à cerimónia. Só recordava os olhos de Devon e o calor que sentira enquanto ele lhe prometia amor, lealdade e devoção. E, claro, o beijo que Devon lhe dera ao serem declarados marido e mulher.

      Ao fim de um momento, estavam a deixar o altar para trás, juntos, como num casamento. Foram para uma sala contígua esperar os outros e Devon puxou-a para si.

      – Estás espetacular.

      Beijou-a novamente, desta vez mais devagar e intensamente. Ele tomou o seu tempo para explorar a boca dela e, quando se afastou, Ashley agarrou-se ao seu braço para não perder o equilíbrio.

      Em seu redor, começaram a ouvir-se vozes e viu que os convidados estavam a sair da igreja.

      – Querida, precisam de ti na igreja para as fotos – disse a sua mãe aproximando-se de Ashley e Devon. – Os convidados vão agora para a receção. Há um carro à vossa espera para vos levarem quando acabarem de fotografar-vos.

      Devon não gostava da ideia de posar para tantas fotografias, mas suspirou resignado e pegou na mão de Ashley para conduzi-la de volta à igreja.

      – Acabamos já de seguida – sussurrou Ashley, – e depois