Elizabeth Spann Craig

Empréstimo Mortal


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– disse Luna, com um sorriso e de repente ergueu as sobrancelhas: – Humm. Não olhe agora, mas parece que você está sendo procurada pela polícia.

      Capítulo Cinco

      Quando me virei, vi Burton Edison se aproximando. Ele piscou, surpreso com a aparência de Luna e hesitou antes de lhe dar um sorriso.

      – Pode me dar licença por alguns minutos? – perguntei. Luna deu uma piscadela atrevida para o chefe da polícia, que enrubesceu de leve, e depois caminhou em direção a seção infantil.

      – Oi, chefe Edison.

      – Por favor, me chame de Burton. – Ele se apressou em dizer. – Espero que esteja tendo um dia mais tranquilo do que ontem. – Seus olhos seguiram Luna enquanto ela desaparecia na seção infantil.

      Apesar da história fragmentada e da visita repentina da veterinária, foi um dia mais tranquilo. O que provou o quão louco havia sido o dia anterior. Assenti com a cabeça. – Tem alguma notícia sobre o que aconteceu com Roger? – perguntei baixinho. Não porque eu estivesse tentando manter o silêncio na biblioteca, que estava sempre cheia de conversas animadas, exceto na área de estudo. Mas porque as vozes tendiam a chegar até lá. Algo relacionado com a acústica do local.

      Burton deu uma risada irônica. – Quem dera. Provavelmente vai demorar um pouco para chegar ao fundo desta questão. Mas eu estava de passagem e pensei em entrar para finalizarmos os detalhes da aula de defesa pessoal.

      Balancei a cabeça, abrindo o aplicativo do calendário de eventos da biblioteca que mantinha no celular. – Quer fazer isso logo? Um evento foi cancelado e a sala comunitária estará disponível dentro de alguns dias depois das 17h. Seria na segunda-feira. Sei que está muito próximo e você pode precisar de mais tempo para se preparar. Ou talvez a investigação do assassinato possa estar tomando grande parte do seu tempo.

      – Uma aula de autodefesa é algo que posso fazer até dormindo. Por mim, tudo bem. Preciso manter uma rotina regular, mesmo com uma investigação em andamento. Acredite, não presto sem me alimentar bem, ter uma boa noite de sono e ocupar meu tempo. Vamos agendar.

      Hesitei: – Não quero que desperdice seu tempo. Sei que deve estar bastante ocupado tentando fazer seu trabalho. E não tenho certeza se teremos muitos interessados, já que não terei muito tempo para divulgar o evento.

      – Não tem problema. Mesmo que tenha apenas um ou dois participantes, valerá a pena. É algo pelo qual sinto paixão em fazer – disse Burton, e em seguida hesitou. – Já que estou aqui, há algo que gostaria de falar com você.

      – Claro – falei, apontando para uma mesa e cadeiras próximas. – Quer se sentar?

      Nos sentamos e Burton começou: – Percebi que você passou algum tempo conversando com Heather, a irmã de Roger Wilson. Não me importo de dizer que quando conversarmos, ela manteve o silêncio. Não sei se ela simplesmente não gosta da polícia ou algo assim, mas tudo que consegui arrancar dela foi que Roger era um irmão dedicado.

      – Talvez o relacionamento deles se resumisse a isso. Ela me disse praticamente a mesma coisa.

      – Veja bem. Sei que ele é solteiro, assim como eu. Mas tenho fotos de família na minha casa. Algumas delas foi minha mãe ou minha cunhada que me deram. Assim como cartões de Natal e coisas do tipo. E na geladeira tenho desenhos meus como um homem de palito com uma cabeça enorme feitos pela minha sobrinha e meu sobrinho. Eu… representado por um homem de palitos! – Burton olhou com tristeza para o corpo definido.

      – Entendo onde você quer chegar. Se Roger ser um irmão tão amoroso, você imaginou encontrar algum tipo de evidência na casa dele que comprovasse isso. Coisas que mostram que ele interagiu com a família e comemorou feriados ao lado deles.

      Burton assentiu.

      – Gostaria de poder lhe contar mais sobre o relacionamento deles. Embora eu me lembre de ter visto Heather com bastante frequência na biblioteca, não a conheço. E não conhecia Roger. Mas posso lhe dizer que Heather me contou sobre uma pessoa que poderia estar bem irritada com Roger. Aparentemente, uma de suas ex-colegas de trabalho o culpou por não ter conseguido uma promoção. E depois foi demitida ou dispensada ou algo assim, e de alguma forma pensou que ele também era culpado por isso.

      Burton pegou um bloco e estava fazendo anotações com uma caligrafia muito elegante. – Lembra o nome dessa mulher?

      Pensei por um segundo. – Mary, eu acho. Não consigo lembrar o sobrenome, mas ela trabalha no salão de bronzeamento do shopping.

      Burton ergueu as sobrancelhas. – Considerando que sabemos que Roger era conselheiro de investimentos, isso parece uma grande redução no salário. Não admira que ela esteja com raiva. Muito bem, obrigado pela informação. Vou investigar. – Ele bateu o lápis no bloco e disse: – Outra pergunta. Conhece algum Nathan Richardson?

      Franzi a testa. – Sim, eu o conheço. Ele está bem?

      Burton imediatamente adotou uma postura mais calma. – Tenho certeza que sim. Quero fazer algumas perguntas a ele, apenas isso. Parece que pode ter tido uma briga com a vítima. Parece algo viável?

      – De jeito nenhum. Ele foi meu professor de inglês e ainda mantemos contato. Na verdade, eu o visito quase toda semana. Não consigo imaginá-lo brigando com ninguém. Você tem mais alguma informação?

      Ele fechou o caderno e disse: – Na verdade não. É apenas algo que preciso checar.

      Claramente, aquele foi o fim das perguntas sobre Nathan. Senti um nó no estômago. Eu teria que entrar em contato com ele e descobrir o que estava acontecendo.

      Burton olhou para as estantes e observou. Ele se levantou da mesa e foi pegar um livro sobre história militar da Segunda Guerra Mundial, An Army at Dawn, de Rick Atkinson.

      – Boa escolha – falei, apontando para o livro. – É muito bem escrito.

      – É mesmo? – perguntou Burton, folheando o exemplar.

      – Ganhou o Prêmio Pulitzer. E faz parte de uma trilogia, então se você gostar da leitura, tem mais dois volumes disponíveis.

      Ele assentiu. – Gosto de ler à noite, antes de dormir. Principalmente não-ficção.

      – Então está no lugar certo. Tem um cartão da biblioteca?

      Burton enrubesceu e deu uma risada estranha. – Não! Achei que ia sair daqui levando isso. Sou um chefe de polícia.

      Sorri. – Não há problema em ficar distraído em meio a tantas coisas acontecendo. Farei um cartão para você. Prometo que levará apenas alguns minutos. – Mais uma vez, lembrei de tê-lo julgado como um policial arcaico de cidade pequena do interior e afastei o pensamento. Apesar da aparência, ele era tudo menos isso.

      Burton pigarreou enquanto eu emitia o cartão da biblioteca e fazia a retirada do livro: – Sua bibliotecária é bem diferente da maioria dos moradores que vi aqui em Whitby.

      – Luna? Ela começou hoje. Não vem a Whitby há algum tempo, mas está na cidade para cuidar da mãe que está doente.

      – Então ela está aqui apenas temporariamente? – perguntou com cautela.

      – Na verdade não. Pelo menos, não foi o que entendi. Ela é a nova bibliotecária infantil e o cargo não é uma posição temporária.

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